O Presidente João Lourenço recebeu, sexta-feira, em audiência, em Lisboa, o ex-Primeiro-Ministro português, António Costa, que foi agradecer, pessoalmente, o Chefe de Estado angolano pela "excelente relação" que foram mantendo ao longo dos oito anos que esteve à frente do Governo.
A troca de experiências sobre as oportunidades de investimento existentes em Angola e na China foi considerada, sábado, em Pequim, pelo Chefe de Estado, João Lourenço, como um momento para o aprofundamento do diálogo, visando impulsionar o comércio, criar empregos dignos e promover um crescimento sustentável e diversificado.
Ao discursar na abertura do Fórum de Negócios Angola-China sobre Petróleo e Gás, Recursos Minerais e Agricultura, presenciado por mais de mil empresários e investidores, João Lourenço destacou os dados incontornáveis da forte presença de empresas chinesas no território nacional, como demonstram o novo Aeroporto Internacional de Luanda, as centralidades edificadas um pouco por todo o país, a melhoria dos sistemas rodoviário e ferroviário ou a produção e distribuição de energia eléctrica e água potável.
"É com grande prazer que me dirijo a este Fórum Empresarial China-Angola, que se realiza no âmbito da visita de Estado que realizo desde ontem à China, e que reputo de grande importância para o aprofundamento e consolidação dos laços de amizade e de cooperação entre os dois países e nações”, assinalou o Presidente da República.
O estadista angolano afirmou que a cooperação entre os dois povos e países é fruto de uma amizade de mais de 40 anos e assenta nos princípios do respeito mútuo, da cordialidade e numa complementaridade económica, em que a China representa um dos mais importantes destinos do principal produto de exportação, o petróleo, e grande exportador de muitos dos bens e serviços, que apoiam o desenvolvimento sócio-económico de Angola.
Para reforçar a cooperação, frisou João Lourenço, em Dezembro de 2023, que as duas nações assinaram o Acordo para a Promoção e Protecção Recíproca de Investimentos (APPRI), instrumento jurídico que visa promover maior cooperação económica, estimular o fluxo de capitais e o desenvolvimento económico, além de garantir um quadro estável e transparente para o investimento entre Angola e a China.
No domínio privado, o Presidente da República realçou o registo da presença de investidores da China em Angola, um pouco por todas as áreas da Economia, mas reconheceu ser ainda de pouca intensidade se se considerar a força e a dinâmica do sector empresarial chinês.
De acordo com o Chefe de Estado, as reformas, em curso, permitiram ao país sair de um ciclo recessivo da actividade económica, que se prolongou durante anos, e equilibrasse as contas públicas e as externas, além da melhoria do ambiente de negócios.
"Em 2018, iniciámos um amplo programa de reformas económicas, institucionais e financeiras, que se prolongam até hoje, com o objectivo de serem criadas as condições para um crescimento económico assente em bases mais sustentáveis e inclusivas”, ressaltou João Lourenço.
Diante de homens de negócios ávidos por conhecer mais dados sobre o país, o líder angolano apontou o quadro regulatório do investimento privado sobre a concorrência e combate aos monopólios e corrupção, bem como sublinhou a organização do sistema financeiro em linha com as melhores práticas internacionais, removendo, assim, muitos dos obstáculos ao investimento e garantindo maior protecção aos investidores estrangeiros.
Condições
privilegiadas
Angola dispõe de condições naturais privilegiadas, que permitem potenciar o crescimento económico e a geração de valor acrescentado, indicou o Presidente da República.
Para o efeito, no âmbito da implementação do Plano de Desenvolvimento Nacional 2023-2027, disse que o país elegeu como sectores prioritários a Agricultura, Energia e Águas, Indústria Transformadora, Pescas, Turismo, Saúde, Educação, Logística e Infra-Estruturas de apoio, bem como o domínio da digitalização, para promover o capital humano e o aumento da capacidade dos meios de produção em Angola.
Segundo o estadista angolano, todos estes elementos visam ao alcance da segurança alimentar e a satisfação de outras necessidades básicas, com vista a garantir o bem-estar da população.
"Pretendemos atrair investidores chineses que tragam à nossa economia não só capital financeiro e tecnologia avançada, mas também know-how, para permitir aumentar a eficiência na produção interna de bens e serviços”, esclareceu.
Sobre este particular, o Presidente João Lourenço disse contar com os investidores chineses que ajudem a diversificar a economia, aumentando a oferta interna de bens e de serviços, com o selo "Feito em Angola”, que contribua para o aumento significativo dos bens de exportação e da oferta de postos de trabalho, no sentido de reduzir a taxa de desemprego existente.
Corredor
do Lobito
Com a dinamização do Corredor do Lobito, o Chefe de Estado disse que gostaria de ver investidores chineses a investir na produção de bens alimentares, de cereais e grãos, açúcar, pecuária, pescas, indústria farmacêutica de produção de medicamentos e vacinas. Citou, igualmente, a indústria de produção de baterias para o fabrico de automóveis de propulsão eléctrica, além de painéis fotovoltaicos, para a produção de energia solar, no turismo e em outros sectores da economia que sejam do interesse das partes.
"Estamos a construir, no Lobito, a maior refinaria de petróleo, que terá associada uma importante indústria petroquímica e os empresários chineses estão convidados a investir neste grande projecto como accionistas, desde a fase de construção”, reforçou o Chefe de Estado.
João Lourenço convidou, igualmente, os empresários chineses a investirem em fábricas de produção de medicamentos e de vacinas certificadas, cujo principal cliente será o Estado angolano, para alimentar o Sistema Nacional de Saúde (SNS), cuja rede de hospitais públicos vem crescendo, de forma significativa, todos os anos.
Chefe de Estado destaca processo de
privatização de activos públicos
O Chefe de Estado reafirmou que o Governo de Angola tem disponível um conjunto de empresas e activos públicos que estão num processo de privatização total ou parcial, incluindo do sector Petrolífero, Banca e Seguros, Telecomunicações, grandes fazendas agrícolas e importantes indústrias.
Neste sentido, João Lourenço aproveitou a oportunidade para convidar os investidores e empresários chineses a participarem nos concursos internacionais que habilitam à aquisição destes bens, que se configuram em grandes oportunidades de investimento.
"Contamos convosco, igualmente, para a realização de projectos no quadro de parcerias público-privadas”, acrescentou, realçando, a este respeito, que foi aprovada e regulamentada a Lei sobre as Parcerias Público-Privadas e estão a ser preparados diversos concursos públicos internacionais para a construção de importantes infra-estruturas, relacionadas com a produção de energia hidro-eléctrica ou fotovoltaica e redes de transportação de energia, estradas nacionais e pontes.
João Lourenço destacou as estradas ou auto-estradas que ligam Angola aos países vizinhos, reiterando o convite aos empresários chineses a abraçarem as enormes oportunidades de negócios que o país oferece e, assim, poderem disfrutar do ambiente de estabilidade e segurança prevalecente no território nacional.
"Queremos que cooperem connosco no processo de transformar Angola num país próspero e moderno, capaz de proporcionar ao seu povo as melhores condições de vida”, frisou o Presidente da República, antes de felicitar os organizadores do Fórum, por permitir a partilha das oportunidades de investimento oferecidas e potenciar a formação de parcerias mutuamente vantajosas.
Por outro lado, o Chefe de Estado manteve um encontro, à margem do Fórum de Negócios Angola-China, com a comunidade angolana, maioritariamente composta por estudantes, tendo interagido com os compatriotas e apelado à dedicação nesta fase académica.
Seja o primeiro a comentar esta notícia!
Faça login para introduzir o seu comentário.
LoginO ministro de Estado e chefe da Casa Civil do Presidente da República, Adão de Almeida, apelou, sexta-feira, na cidade do Huambo, aos jovens líderes a agregarem valores e ideias inovadoras para que a Nação consiga concretizar a missão constitucional e o desígnio nacional de alcançar os melhores resultados na estratégia de Governação Local.
O embaixador de Angola no Quénia, Sianga Abílio, que se encontra em Ottawa a participar nas negociações sobre o banimento de plásticos, foi convidado, esta sexta-feira, pelo chefe da Missão Diplomática de Portugal no Canadá, António Leão Rocha, para a recepção comemorativa dos 50 anos da Revolução dos Cravos, que se assinalou a 25 de Abril.
O Festival Internacional de Jazz, agendado para decorrer de 30 deste mês a 1 de Maio, na Baía de Luanda, tem já confirmada a participação de 40 músicos, entre nacionais e estrangeiros, e o regresso da exposição de artes visuais com obras de 23 artistas plásticos, anunciou, sexta-feira, em conferência de imprensa, no Centro de Imprensa da Presidência da República, CIPRA, o porta-voz da Bienal de Luanda, Neto Júnior.
A judoca angolana Maria Niangi, da categoria dos -70 kg, consegui o passe de acesso aos Jogos Olímpicos de Verão, Paris'2024, ao conquistar, sexta-feira, a medalha de ouro no Campeonato Africano de Judo que decorre na Argélia.
A representante do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) em Angola, Denise António, destacou, sexta-feira, em Luanda, a importância do Governo angolano criar um ambiente propício para a atracção de mais investidores no domínio das energias renováveis.
O Governo do Bié iniciou a montagem de um sistema de protecção contra descargas atmosféricas nos nove municípios da província, pelo elevado número de pessoas que morreram nas últimas chuvas, devido a este fenómeno, garantiu, sexta-feira, o governador Pereira Alfredo.
Nascido Francis Nwia-Kofi Ngonloma, no dia 21 de Setembro de 1909 ou 1912, como atestam alguns documentos, o pan-africanista, primeiro Primeiro-Ministro e, igualmente, primeiro Presidente do Ghana, mudou a sua identidade para Nkwame Nkrumah, em 1945, com alguma controvérsia envolvendo o ano de nascimento e o nome adoptado.
Em quase toda parte da cidade de Luanda, bem como em outras cidades de Angola, é comum ver mototáxis circulando. Em busca de melhores condições de vida, Augusto Kalunga viu-se obrigado a se tornar um mototaxista, superando o preconceito de familiares e amigos para garantir o sustento da sua família e cobrir outras necessidades.