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Touadéra inicia mandato contestado pela oposição

O Presidente da República Centro-Africana, Faustin-Archange Touadéra, na prática, iniciou, ontem, um segundo mandato, mas já está envolvido em grande controvérsia e conflito, uma vez que a sua vitória eleitoral, confirmada na se-gunda-feira, pelo Tribunal Constitucional, foi prontamente rejeitada pela oposição.

21/01/2021  Última atualização 09H55
Tribunal Constitucional validou a vitória de Touadéra © Fotografia por: DR
Após a reeleição ter sido validada Touadéra apelou, num discurso à nação, para a reconciliação nacional e disse estar disposto a estender a mão à oposição democrática. No mesmo dia, altos representantes de União Africana, CEEAC, Nações Unidas e da União Europeia apelaram ao diálogo e respeito pela decisão do Tribunal Constitucional do país, que validou os resultados das eleições presidenciais de 27 de Dezembro.

Segundo a Reuters, os partidos conhecidos como Coligação da Oposição Democrática (COD-2020) disseram, em comunicado, que não reconhecem a reeleição de Touadéra, considerando que foi declarado vencedor com apenas 17 por cento do eleitorado.  O grupo também denunciou "inúmeras fraudes e irregularidades”, que afirmou terem prejudicado a eleição e, como tal, consideram que os resultados "não representam a vontade do povo do RCA”.
A legitimidade do Presidente é, também, colocada em causa pela oposição devido à baixa participação nas urnas, cerca de 35 por cento dos eleitores inicialmente registados, segundo os números do Tribunal Constitucional.
Face a isso, os candidatos da oposição entraram com vários recursos no Tribunal Constitucional para contestar os resultados, mas este órgão, depois de cancelar ou corrigir os resultados de algumas secções eleitorais por irregu-laridades, decidiu, na segun-da-feira, que "dada a magnitude da discrepância de votos”, o seu impacto "não poderia reverter os resultados finais”.
A situação de segurança no país continua a agravar-se. Na segunda-feira, a ONU disse que dois dos seus soldados de paz foram mortos depois de terem sido emboscados por membros de grupos armados zona Sul do país. O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, reiterou a preocupação com a escalada da violência.

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