A representante do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) em Angola, Denise António, destacou, sexta-feira, em Luanda, a importância do Governo angolano criar um ambiente propício para a atracção de mais investidores no domínio das energias renováveis.
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Responsáveis e trabalhadores das várias empresas do sector de Energia saíram às ruas na manhã de sábado, em Luanda, para manifestar-se contra os actos de vandalismo e roubos de equipamentos eléctricos que se tem registado em todo o país.
Dados apresentados pelo presidente do Conselho de Administração (PCA) da Empresa Pública de Produção de Eletricidade (PRODEL), Pedro Afonso, indicam que os custos de reposição de equipamentos elétricos danificados ou roubados durante o ano de 2023 ultrapassam os cinco mil milhões de kwanzas em todo o país.
"O PCA da PRODEL, que falou durante a marcha de repúdio iniciada nas imediações do Cine Atlântico, no centro da cidade de Luanda e que seguiu em direção à Empresa Nacional de Distribuição de Eletricidade (ENDE), no bairro de São Paulo, destacou que o dinheiro utilizado para a reposição de equipamentos poderia beneficiar um grande número de cidadãos que ainda não têm acesso à energia elétrica.
A marcha contou com a participação de mais de 150 trabalhadores do sector, exibindo cartazes com slogans como "Diga não à vandalização da rede eléctrica”, e teve a presença dos secretários de Estado para as Autarquias e Reformas do Estado, Márcio Daniel, e da Energia e Águas, Arlindo Carlos. O Conselho de Administração (PCA) da ENDE foi representado por Sérgio Dindanda. Os recentes casos de vandalização de três torres de alta tensão, entre a subestação de Cazoa e o rio Longa em Porto Amboím, província do Cuanza-Sul, deixaram centenas de famílias sem energia elétrica e causaram prejuízos significativos, estimados em mais de 30 milhões de kwanzas, de acordo com o PCA da PRODEL, Pedro Afonso.
Pedro Afonso condenou veementemente a vandalização de equipamentos eléctricos, que ocorre em várias partes do país, com destaque para as províncias de Benguela, Lunda-Sul, Huambo e Zaire, considerando tais actos como crimes, de acordo com a lei.
No ano passado, explicou, três cidadãos foram julgados e condenados por vandalização de contadores do sistema pré-pago na província da Huíla. Nas províncias do Namibe e Huambo, cidadãos também estão enfrentando processos criminais por vandalizar a rede eléctrica, o que representa um avanço significativo na dissuasão destas práticas. "Estamos a fazer ouvir a voz, em um momento em que crimes do género já estão previstos no Código Penal”.
Atentado
aos esforços do
Executivo
O secretário de Estado para as Autarquias locais, Márcio Daniel, considerou os actos de vandalismo como um atentado aos esforços do Executivo para garantir energia à população. "Desencorajamos e repudiamos veemencia todas as manifestações de vandalismo e continuaremos a apelar para uma convivência saudável", afirmou.
O governante reiterou a importância da preservação das infra-estruturas do sector eléctrico, que, quando bem exploradas e em conformidade com as boas práticas universais, contribuem para a melhoria dos indicadores económicos e para o aumento da qualidade de vida dos cidadãos.
Falta
de patriotismo
O secretário de Estado para a Energia, Arlindo Carlos, considera os actos de vandalismo uma clara demonstração de falta de patriotismo e reflexos negativos de uma convivência saudável.
O gestor da Energia apelou à cooperação de todos os cidadãos de bem no sentido de denunciarem os malfeitores, para se reverter o quadro actual, que, infelizmente, periga as instalações eléctricas do país.
População
aconselhada a denunciar
Para o PCA interino da ENDE, Sérgio Dindanda, o processo de desenvolvimento de qualquer sociedade depende também da participação dos cidadãos. "A falta de cultura de paz, princípios morais e cívicos são factores que condicionam o crescimento de um país", afirmou.
O assessor de comunicação da mesma empresa pública, Jorge Artur, afirmou ao Jornal de Angola que a marcha teve como objectivo sensibilizar a população sobre a importância da preservação dos equipamentos eléctricos e do pagamento do consumo de energia, cuja dívida totaliza mais de 200 mil milhões de kwanzas em todo o país.
Maria Augusto, moradora do bairro Palanca, onde além das frequentes obstruções na rede eléctrica, a comunidade enfrenta problemas de saneamento, relatou que recentemente um camião desgovernado destruiu um Posto de Transformação (PT), deixando a zona às escuras por vários dias. Acrescentou que a atitude do camionista não se compara às más práticas de jovens da zona, que frequentemente cortam os cabos para vendê-los em casas de reciclagem de material ferroso.
No bairro Cazenga, especificamente no Tala Hady, segundo o professor João Lobo, a vandalização de equipamentos eléctricos é comum. Na semana passada, os moradores tiveram que pedir a intervenção da Polícia para impedir que um grupo de jovens retirasse cabos eléctricos para vender, prejudicando a maioria dos residentes.
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