Sociedade

Troço entre Camaxilo e Lubalo vai ser reabilitado

Armando Sapalo | Lubalo

Jornalista

A reabilitação da via que liga a comuna do Camaxilo, município de Caungula, passando pela sede municipal do Lubalo até à comuna do Xinge, em Capenda-Camulemba, consta do leque de prioridades do Programa de Investimentos Públicos (PIP) do Ministério das Obras Públicas, Urbanismo e Habitação, para o exercício económico deste ano.

26/02/2024  Última atualização 08H10
A população do município de Caungula, província da Lunda-Norte, aguarda ansiosa pela conclusão das obras da estrada © Fotografia por: DR

Os dados foram tornados público pela governadora da Lunda-Norte, Deolinda Vilarinho, acrescentando que "a boa nova para a população do município do Lubalo é a inserção no OGE 2024 do projecto de reconstrução da Estrada Nacional 170, que liga a comuna do Camaxilo (município de Caungula), passando pela sede municipal do Lubalo até à comuna do Xinge (município de Capenda-Camulemba)”.

Segundo a governadora, o projecto de reconstrução da Estrada Nacional 170 pode retomar a qualquer instante, dez anos depois da sua paralisação por falta de verbas.

Deolinda Vilarinho explicou que há muito que as

autoridades e a população aguardam pela retomada das obras da estrada, que se encontra em avançado estado de degradação.

"Agora, mais do que nunca, estão lançadas as bases para a concretização de um dos mais importantes investimentos em infra-estruturas rodoviárias na Lunda-Norte”, disse.

Actualmente, reconheceu, o nível de degradação da via de 208 quilómetros tem causado inúmeras dificuldades à circulação de pessoas e bens, além de inviabilizar o intercâmbio social e cultural com a população das localidades vizinhas.

Para a governadora, a Estrada Nacional 170 é uma das mais importantes vias da malha rodoviária da Lunda-Norte.

Deolinda Vilarinho realçou que a reabilitação da infra-estrutura rodoviária vai contribuir significativamente na promoção do crescimento e desenvolvimento socioeconómico no corredor sul e centro da província.

O OGE 2024, segundo a governadora da Lunda-Norte, vai permitir, também, a reabilitação e asfaltagem da via que liga a vila mineira do N´zagi, município do Cambulo, ao posto fronteiriço do Tchicolondo, numa extensão de 97 quilómetros, bem como o troço entre a sede municipal do Cuango, passando por Cafunfo, na comuna do Luremo, até Tunguila, na fronteira com a República Democrática do Congo (RDC).

Dos dez municípios da Lunda-Norte, apenas o Lubalo não tem estradas asfaltadas, o que tem dificultado a ligação rodoviária com as demais localidades da província.

O administrador municipal do Lubalo, Silvestre Cheleca, disse, ao Jornal de Angola, que o reinício das obras no troço Camaxilo/Lubalo/Xinge reveste-se de capital importância, por ser o ponto de partida para interligar os eixos rodoviários entre as estradas nacionais 230 e 225.

"O mais importante é o facto de a obra constar entre os projectos estruturantes de investimentos para este ano, além da via ser elevada à categoria de Estrada Nacional. O Executivo conseguiu encontrar as soluções mais viáveis que permitiram a remoção dos constrangimentos que inviabilizavam o andamento da empreitada, em termos de recursos financeiros”, concluiu o administrador do Lubalo.

População está ansiosa

Devido aos atrasos verificados no reinício dos trabalhos na EN 170, bem como nas demais vias de acesso ao interior do Lubalo, habitantes temiam que o município ficasse isolado de outras localidades da província.

Para o professor Cabala Samazeze, que lecciona numa escola do II ciclo, no Lubalo, o atraso no reinício das obras estava a provocar sérios embaraços à circulação rodoviária. "O anúncio da inscrição deste importante projecto no OGE 2024 constitui um motivo de satisfação para os habitantes do município”.

Cabala Samazeze considera as vias de comunicação cruciais para o desenvolvimento harmonioso e garantir a livre circulação de pessoas e bens.

"Para que haja desenvolvimento harmonioso, é necessário que se preste especial atenção aos acessos. O avançado estado de degradação nas vias que ligam o município do Lubalo a outras localidades tem sido um autêntico calvário para os automobilistas”, lamentou.

Entre a cidade do Dundo e o município do Lubalo, acrescentou, o percurso é de aproximadamente 300 quilómetros e, devido às péssimas condições, "ninguém ousa colocar lá a sua viatura para transportar passageiros e mercadoria”.

Residente há 12 anos no município do Lubalo, Nelito Moca, outro funcionário afecto ao sector da Educação, manifesta-se satisfeito com o anúncio do reinício das obras, quase dez anos depois da sua paralisação.

O professor reconhece que, em termos de impacto, a reabilitação da via vai melhorar a qualidade dos serviços e o escoamento da produção agrícola para os principais pontos de comercialização.

"Além de criar bases para que as mercadorias cheguem com maior facilidade, no sentido de se evitar a escassez de bens essenciais de consumo, a construção desta importante via de acesso vai ajudar a atrair investimento privado, sobretudo nos sectores da Agricultura, Pecuária, Turismo, Transporte e Telecomunicações”, salientou.

O município do Lubalo conta com uma população estimada em 22 mil habitantes, predominantemente envolvida na prática da agricultura de subsistência.

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