Desporto

Vasiljevic está em destaque na preferência dos militares

Honorato Silva

Jornalista

A conquista do “penta”, quinto título seguido no Girabola, é o grande objectivo da direcção do 1º de Agosto, depois do fracasso do desejo de afirmação na elite do futebol africano. Mas a substituição de Paulo Duarte, comprometido há dias com a equipa nacional do Togo, pende para o sérvio Srdjan Vasiljevic, ex-seleccionador dos Palancas Negras.

11/05/2021  Última atualização 09H10
Técnico sérvio é figura de consenso na direcção rubro e negra para substituir Paulo Duarte © Fotografia por: Agostinho Narciso | Edições Novembro
Uma das hipóteses colocadas sobre a mesa, por altura da sucessão do bósnio Dragan Jovic, o técnico de 48 anos, natural de Belgrado, volta a encher os radares do elenco presidido por Carlos Hendrick da Silva, que define como prioridade o regresso à matriz futebolística do Leste europeu, cujo sucesso está vincado no palmarés do clube.  
Superado na corrida ao comando técnico dos tetracampeões pelo passado africano de Paulo Duarte, nomeadamente o segundo lugar do Burkina Faso de Jonathan Pitroipa e Aristide Bancé, na Taça de das Nações de 2013, na África do Sul, Vasiljevic tem a favor o facto de trabalhar com jovens, sensibilidade que vai ao encontro da política da agremiação de conquistar títulos com a aposta na formação, dentro do projeto da Academia 1º de Agosto.
Os contactos feitos no final do ano passado criaram uma ponte entre os rubro negros e o técnico que devolveu a Selecção Nacional à maior cimeira do futebol continental, em 2019, no Egipto, depois da ausência em duas edições. Contrariamente à substituição de Jovic, processo arrastado no tempo, o que para a crítica desportiva condicionou um melhor início de época, o sucessor do técnico português tem em Vasiljevic nome e rosto quase certos.   Após a saída dos Palancas Negras, por desentendimento com o então vice-presidente para as Selecções Nacionais, Adão Costa, na defesa dos interesses dos jogadores envolvidos na campanha de qualificação ao CAN, que reclamavam o pagamento do prémio dado pela Confederação Africana, Vasiljevic cumpriu um período sabático, até tocar o telefone com a proposta dos "dagostinos”. Candidatura ao cargo 
A escolha de Paulo Duarte, para a partir de Setembro orientar os Gaviões do Togo, com o foco na corrida ao Mundial’2022, no Qatar, está mergulhada em dúvidas quanto à iniciativa, visto que a seguir à entrevista do timoneiro, a explicar o processo, foi posto a circular um ofício alegadamente da Federação togolesa,  a fazer menção a um concurso com cinco candidatos.   Ao contrário do técnico, o documento diz que o novo seleccionador, substituto do francês Claude le Roy, foi encontrado entre as cinco candidaturas ao cargo, enviadas ao organismo reitor da modalidade naquele país africano, mundialista em 2006, na Alemanha, à semelhança de Angola.  
 "Custou-me muito. Fui contactado pelo presidente da federação, que pretendia que eu rescindisse o meu contrato, de forma a fazer contrato comigo, para poder reorganizar aquilo que é a equipa do Togo, nomeadamente nos próximos seis anos”.     Profissional com carreira iniciada no União de Leiria (Portugal), seguindo-se as passagens  pelo Le Mans (França), Sfaxien (Tunísia) e Gabão, o técnico realçou, na entrevista difundida pelo clube militar, a recusa do convite para ir já. "Tenho uma cláusula no contrato que me permite rescindir, caso pretenda, assim como o clube. Eu disse que daqui não saio enquanto não terminar o meu contrato. Quanto à possibilidade de futuramente trabalhar no Togo, é uma verdade. Há um compromisso verbal entre a selecção do Togo e o Paulo Duarte, para em Setembro entrar num projecto que entendi ser a melhor solução para aquilo que é a minha vida profissional e a minha vida pessoal”.     Pressão da família 
Contrato para fazer melhor que Dragan Jovic na Liga dos Clubes Campeões, Paulo Duarte, 52 anos, explicou as razões que o levaram a abraçar tal decisão:   "Não foi de ânimo leve que a tomei. Foi juntamente com os meus. A minha família. Por mim e com muito orgulho, representaria essa instituição por mais quatro/cinco anos. Agora, face a um acontecimento familiar, que tem vindo a ser um problema consistente, desde Dezembro, que são os meus filhos, que não estão bem psicologicamente. O pai não foi a casa no Natal, no Ano Novo e na Páscoa. Isso me está a criar alguns problemas ao nível familiar. O mais velho falta à escola, porque não está bem. O mais novo anda num psicólogo”.  

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