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Viúva do embaixador diz que marido foi traído

A viúva do embaixador italiano morto numa emboscada na República Democrática do Congo (RDC) afirmou ao diário Il Messaggero que o marido foi vítima de uma “traição” de uma “pessoa próxima”.

27/02/2021  Última atualização 08H25
Zakia Seddiki fala em “pessoa próxima” da família © Fotografia por: DR
Luca Attanasio, 43 anos, viajava na segunda-feira na província oriental do Kivu Norte, perto da fronteira com o Rwanda, a bordo de um comboio do Programa Alimentar Mundial (PAM) que foi vítima de uma emboscada. O embaixador, o guarda-costas e um motorista foram mortos.
O embaixador "foi traído por alguém próximo de nós, próximo da nossa família”, alguém que "sabia do seu paradeiro falou, vendeu-o e traiu-o”, acrescentou Zakia Seddiki, a viúva do diplomata.

O Ministério Público de Roma abriu uma investigação por "rapto de pessoas para fins terroristas”, de acordo com a imprensa italiana. As autoridades congolesas responsabilizam os rebeldes hutus rwandeses das Forças Democráticas para a Libertação do Rwanda (FDLR), sediadas no Leste da RDC, mas aquela organização já negou qualquer envolvimento no ataque.

Ontem, um grupo de investigadores congoleses chegou a Goma para tentar esclarecer as circunstâncias em que o embaixador italiano foi morto. As autoridades da República Democrática do Congo também enviaram uma delegação para se encontrar com membros das Nações Unidas e de outras ONG que actuam no Leste do país, região onde ocorreu o ataque e onde se juntaram especialistas em investigação vindos expressamente de Itália.

"O objectivo da reunião com os trabalhadores humanitários baseados em Goma é planear o que fazer a seguir”, disse Christian Bushiri, conselheiro da Presidência da RDC, em conversa com os jornalistas. "É necessário haver uma estreita colaboração entre trabalhadores humanitários e funcionários do governo, entre o Estado e as ONG”, disse. Segundo Bushiri, o Governo pediu às ONG que compartilhem mais informações sobre a sua gestão diária, as suas viagens de campo e os seus movimentos em geral.

"Exigimos esta colaboração estreita que nos pode ajudar a contribuir para derrotar o terrorismo que grassa no Leste do país”, sublinhou. Diego Zorrilla, vice-coordenador humanitário da ONU na RDC, disse que as ONG fortalecerão a sua colaboração com o Governo, referindo que o ataque foi uma "lembrança das difíceis condições de trabalho dos trabalhadores humanitários” e da insegurança que ainda prevalece em Kivu do Norte e noutras áreas do país.

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