O Festival Internacional de Jazz, agendado para decorrer de 30 deste mês a 1 de Maio, na Baía de Luanda, tem já confirmada a participação de 40 músicos, entre nacionais e estrangeiros, e o regresso da exposição de artes visuais com obras de 23 artistas plásticos, anunciou, sexta-feira, em conferência de imprensa, no Centro de Imprensa da Presidência da República, CIPRA, o porta-voz da Bienal de Luanda, Neto Júnior.
O artista plástico, João Cassanda, com a obra “Mumuíla Feliz”, e o escultor Virgílio Pinheiro, com a escultura “Piéta Angolana”, são os vencedores da 17.ª edição do Grande Prémio ENSA-Arte 2024, tendo arrebatado uma estatueta e um cheque no valor de seis milhões de kwanzas.
O músico Ndaka Yo Wiñi revelou que está em curso a gravação de sete músicas novas, todas cantadas na língua umbundu, que farão parte do segundo trabalho discográfico da sua carreira. Sem adiantar ainda o título e a data de lançamento, Ndaka Yo Wiñi almeja que o trabalho que está na forja represente a cultura angolana nos diversos concursos de música do continente americano, onde fixou residência há cinco anos, concretamente no Canadá, na cidade de Montreal.
"Fui solicitado por um grande produtor para assinar um contrato e gravámos um álbum com sete músicas, cujo primeiro single poderá ser lançado entre Junho a Julho deste ano", avançou.
Em visita ao país, o artista teceu estas declarações na quinta-feira, no âmbito de uma visita guiada às instalações da sede da Edições Novembro, em Luanda, conduzida por administradores executivos e membros do corpo de direcção da área de Conteúdos.
O artista tem programado uma vasta agenda de trabalho, desde pesquisas e concertos, além de considerar a possibilidade de criar condições para partilhar o conhecimento adquirido há cinco anos fora do país.
Ndaka Yo Wiñi justificou a sua ida ao Canadá na busca de novos espaços para abordar questões ligadas à cultura e conhecimento global através da sua musicalidade, bem como adquirir experiências que lhe permitam lidar com qualquer tipo de palco, melhorar a performance, a produção e o conhecimento artístico.
Considerado como uma referência africana em Montreal, pela sua qualidade artística e performance em palco, ganhou naquele país o apelido de "Angola”, devido aos seus feitos e pela defesa dos aspectos culturais do país no domínio das artes. Ndaka Yo Wiñi aponta como uma das grandes conquistas em Montreal a sua participação num dos maiores festivais de música daquela cidade, tendo sido escolhido como o único africano que correspondia com o perfil do evento em termos musicais. Acresce igualmente nas conquistas o facto de ter sido admitido como membro da Assembleia das Artes em Montreal.
"É sempre uma mais-valia o contacto com outras culturas, porque uma coisa é viver fora e outra coisa é conviver com os meus interesses relacionados à arte e à cultura. Como me considero uma identidade africana, não posso permanecer na diáspora por muito tempo, sem a possibilidade de beber mais das minhas raízes”, frisou.
Fiel ao umbundu
Defensor das tradições dos seus ancestrais, contou que uma das grandes "lutas” com os produtores de Montreal foi conservar a sua originalidade, mantendo expressa a sua fidelidade à língua umbundu. Essa decisão gerou descontentamento da parte da sua produtora, que esperava vê-lo a cantar em inglês e francês.
"O percurso ditou uma história diferente a meu favor, porque resisti, numa altura que até fui desmotivado de várias formas”, partilhou.
Enquanto pesquisador cultural, o músico defende a implementação de políticas de investimento nas línguas culturais africanas, para que possam fazer parte do sistema de ensino internacional e influenciar positivamente nos sectores da vida económica, social e identitária do continente.
Ndaka Yo Wiñi sublinhou que os contos e as manifestações de expressão corporal foram fundamentais para a aceitação da sua carreira no Canadá, onde granjeou respeito no circuito artístico americano, tendo sido convidado a participar em vários projectos.
Ndaka Yo Wiñi destacou que nas suas músicas aborda questões da ancestralidade, fundida com outras componentes internacionais, com destaque para quatro ciclos importantes no seu projecto artístico, designadamente canto, contos, provérbios e migração dos sotaques, que sustentam a angolanidade na sua arte.
Para Ndaka Yo Wiñi, o mercado musical angolano supera o de muitos países que são presumivelmente mais desenvolvidos, apontando ter qualidades para criar uma indústria cultural das mais potentes e que pode competir com qualquer país a nível de África.
"O factor indústria é uma questão de inserção no sistema constitucional, através das políticas de trabalho, fiscalização e organização, onde o músico se sinta valorizado e por meio disso, paga impostos e lhe é garantida a reforma”, defendeu.
Natural do Lobito, província de Benguela, Ndaka Yo Wiñi é pseudónimo de Adriano Dokas, nascido a 5 de Janeiro de 1981. "Olukwembo”, o seu álbum de estreia, lançado em Agosto de 2018, consagrou Ndaka Yo Wiñi no elenco das grandes vozes que orbitam o mercado musical angolano.
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