A vandalização de bens públicos tomou contornos alarmantes. Quase todas as semanas, são reportados casos do género.Bens ou infra-estruturas que consumiram avultadas somas em dinheiro para serem construídos, são destruídos, quer para a busca fácil de dinheiro, quer por pura maldade. Os sectores da Energia e Águas, Transportes, Telecomunicações, Saúde e Educação têm sido os principais alvos.
Os sistemas educativos contemporâneos continuam com problemas para garantir que todas as crianças e jovens possam ter acesso a uma educação e formação que lhes permitam integrar-se plenamente nas sociedades.
Há na natureza humana uma inclinação para o sacrifício, uma disposição quase poética de nos doarmos em prol de outro ser.
O sacrifício, na sua essência, carrega a ideia de renúncia por um bem maior, uma entrega que alimenta e fortalece. Mas, quando essa entrega se direcciona a uma pessoa errada, deixa de ser um investimento para se tornar uma perda. A pessoa errada é aquela que, independentemente do quanto receba, jamais vê o valor do que lhe é dado. Absorve, consome, mas não reflecte, nem retribui. Aos poucos, o sacrifício dilui-se num vazio, e o que era para ser uma ligação transforma-se num abismo.
Este abismo, contudo, não é criado apenas pela falta de reconhecimento do outro, mas também pela persistência em ignorar os próprios limites. O sacrifício torna-se suicídio quando se opta por descurar os sinais de que o amor-próprio está a ser sacrificado no altar de uma causa perdida. É um suicídio emocional, um lento desvanecer da própria essência, onde cada acto de doação não representa um passo em direcção ao outro, mas um afastamento de si mesmo.
A verdadeira tragédia desse sacrifício mal direccionado é que ele é frequentemente enaltecido como virtude. A sociedade louva a abnegação, muitas vezes sem questionar a saúde ou a reciprocidade dessa entrega. Mas há uma diferença abismal entre ser generoso e auto-lesivo. A generosidade é uma via de mão dupla, onde dar e receber se equilibram numa dança harmoniosa. A auto-lesão, por outro lado, é um caminho solitário, cujo único destino é o esgotamento.
Reconhecer a pessoa errada para o nosso sacrifício exige uma clareza brutal e uma coragem ainda maior. É necessário ter a audácia de admitir que o amor, por mais puro que seja, nem sempre é suficiente para mudar alguém ou para tornar uma relação saudável. O verdadeiro sacrifício, aquele que realmente vale a pena, é aquele feito por alguém que compreenda e valorize a renúncia, alguém que, em retorno, está disposto a sacrificar-se também.
No final de contas, o maior sacrifício que podemos fazer é por nós mesmos: escolher-nos em meio ao caos, amar-nos o suficiente para reconhecer quando a entrega se torna um suicídio emocional. Esse é o sacrifício supremo, o acto de salvarmo-nos das chamas de um amor que consome mais do que aquece. E, talvez, na escolha de preservar-nos, encontremos o verdadeiro significado do sacrifício: um acto de amor profundo, não apenas pelos outros, mas, primordialmente, por nós mesmos.
5/3/2024
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