Cultura

Escritores e estudantes entivados a escrever sobre as vivências do país

Adolfo Mundombe | Huambo

O historiador, linguista e docente universitário, Venceslau Cassesse, incentivou, na cidade do Huambo, os estudantes e escritores da literatura moderna, no sentido de escreverem mais sobre a realidade do país, inspirando-se nos “11 Clássicos da Literatura Angolana”.

26/03/2024  Última atualização 07H56
Encontros do género têm servido para potencializar os jovens © Fotografia por: Joaquim Armando | Edições Novembro

Essa sugestão foi feita durante um seminário subordinado ao tema: "O contributo das entidades tradicionais e dos direitos dos autores dos 11 clássicos da literatura angolana, na construção de um homem novo”, ocorrida na sexta-feira, no Instituto Superior Politécnico Católico do Huambo. Os "11 Clássicos da Literatura Angolana”, fazem parte do programa "Amo Angola", um projecto em aberto, onde se destacam as obras: "Espontaneidades da minha alma, às senhoras africanas”, de José da Silva Maia Ferreira, "Delírios”, de Joaquim Dias Cordeiro da Mata, "Nga Mutúri”, de Alfredo Troni, "Quem me dera ser onda”, de Manuel Rui Monteiro, "Sagrada Esperança” de Agostinho Neto, "Luuanda”, de Luandino Vieira, "Maiombe”, de Pepetela, "Mestre Tamoda”, de Uanhenga Xitu, "Terra Morta”, de Castro Soromenho " Segredo da Morta”, de António de Assis Júnior, e "Trajectória Obliterada”, de João Maimona, lançado em Novembro de 2013, na Mediateca de Luanda.

Venceslau Cassesse argumentou que, cada tempo tem a sua história, preocupações, valências que devem ser divulgadas. Sublinhou que um dos grandes desafios da juventude, sobretudo as academias, é promover mais debates e pesquisas para dar uma contribuição no enriquecimento da literatura nacional e mundial.    

O historiador disse que o homem novo, não poderá ser criado fora dos novos paradigmas culturais. "É preciso que os jovens busquem as experiências do passado, ouvindo as fontes orais vivas no processo de aprendizagem.” A construção deste conhecimento, alertou, deve ser feita dentro dos princípios da identidade cultural. Por outro lado, disse, é necessário, também tirar o maior número de ensinamentos dos clássicos, para que o conhecimento possa estar ao dispor das sociedades. Segundo Venceslau Cassesse, no passado, a literatura desempenhou um papel significativo nos países francófonos, anglófonos e lusófonos. "No país, uma das grandes figuras da literatura, é o primeiro Presidente Agostinho Neto, sobretudo pela literatura de intervenção que contribuiu na mudança da mentalidade a nível nacional e internacional, o que impulsionou para a conquista da Independência Nacional”.

A libertação do jugo colonial, explicou, não foi somente pela Luta Armada, mas também se fez por via da Literatura, convencendo desta forma a comunidade internacional a apoiar a causa dos angolanos.

 
Valorização do conhecimento

O coordenador executivo do núcleo da Associação Literária e Cultura de Angola no Huambo (ALCA), Valentino Castro, fez saber que a escolha do tema foi intencional, porque o Instituto Superior Politécnico Católico, no Huambo, tem uma cadeira ligada à literatura.

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