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Exército vai reforçar acções contra os grupos terroristas

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, garantiu o reforço das operações especiais na região Norte, onde visitou na sexta-feira uma posição da Força de Intervenção Rápida no distrito de Metuge, reconhecendo que os terroristas tentam agora "outras formas de desestabilização”, para fugir da perseguição do Exército.

31/01/2024  Última atualização 12H45
Chefe de Estado encoraja militares a se manterem firmes no combate aos grupos terroristas © Fotografia por: DR

No mesmo dia, um grupo de quase 50 terroristas foi visto pelas populações a atravessar a estrada Nacional 1, entre as aldeias Nanlia e Impriri, no distrito de Metuge, disse à Lusa um líder comunitário, com fontes locais a suspeitarem que o grupo se dirigia à vizinha província de Nampula, alegadamente para recrutar novos membros.

No entanto, o grupo terrorista Estado Islâmico anunciou ontem que está em curso uma "viagem de pregação" no Norte de Moçambique, onde se multiplicam notícias de contactos entre insurgentes e a população nas últimas semanas.  A informação foi divulgada pelos canais de propaganda do grupo. Populares de Mucojo disseram em 23 de Janeiro à Lusa que aquele posto administrativo em Cabo Delgado está controlado por um grupo de terroristas.

A movimentação dos grupos terroristas nos últimos dias também foi observada no distrito de Quissanga, perto dos campos de produção agrícola junto ao distrito de Metuge, criando pânico e levando as populações de Nampipi a abandonar as actividades. Líderes locais e populares admitem que a movimentação dos terroristas esteja ligada à perseguição imposta pelas Forças de Defesa e Segurança nos distritos de Macomia, Quissanga e Muidumbe.

"Mucojo está nas mãos dos terroristas desde 21 de Janeiro, mas a população continua no mesmo espaço. Disseram à população para não se preocupar, pois só querem confrontar os militares", disse à Lusa, sob anonimato, um dos populares. O posto administrativo de Mucojo, no distrito de Macomia, dista 40 quilómetros da sede distrital e desempenha um papel importante na região, por ser ponto de saída do pescado, tendo sido palco de diversos confrontos com os militares nas últimas semanas.

No sábado, pelo menos uma pessoa foi morta na comunidade de Pulo, no distrito de Metuge, pelos grupos terroristas que actuam na província de Cabo Delgado, disseram à Lusa fontes locais. "O assassinato teve lugar durante a noite. Os terroristas interpelaram a vítima na sua 'machamba' [campo agrícola] e depois decapitaram-na", declarou um vizinho da vítima. Após notar a presença dos rebeldes, algumas pessoas decidiram abandonar a área, tendo-se refugiado na sede distrital de Metuge.

A incursão de rebeldes em Metuge, a menos de 40 quilómetros da capital da província, Pemba, gerou alguma agitação no distrito, que acolhe o principal centro de acolhimento de deslocados, devido aos ataques rebeldes em Cabo Delgado.

Renamo preparada para os desafios

O presidente da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), Ossufo Momade, alertou ontem os autarcas do principal partido da oposição para os desafios a enfrentar, contando que, algumas ocasiões podem se comparar ao "caos" social.

"Preparamos os nossos autarcas a contar com as adversidades sociais e políticas, que têm gerado caos na administração autárquica nos municípios ganhos pelos partidos da oposição", disse Momade, numa mensagem que divulgou na sua página da rede social Facebook, após um encontro com os autarcas da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), eleitos nas eleições autárquicas de 11 de Outubro.

O líder do principal partido da oposição afirmou que os autarcas que pertencem à organização devem empenhar-se na transformação das cidades moçambicanas em centros urbanos do futuro, que proporcionem uma vida de qualidade aos seus cidadãos. "Encorajamos, na ocasião, os eleitos a seguirem firmes e confiantes nos nossos manifestos, com o fim último de servirem os munícipes em uma governação participativa, coerente, honesta e inovadora", declarou Ossufo Momade.

No encontro, o presidente da Renamo e os novos dirigentes municipais do partido debateram ainda a organização das vereações e pelouros, o reforço das actividades e trabalho conjunto.

O principal partido da oposição venceu em apenas três das 65 autarquias  nas eleições de 11 de Outubro, tendo a Frelimo vencido em 61 e o Movimento Democrático de Moçambique (MDM) em uma.

 

 

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