A ministra das Finanças chefiou uma delegação angolana que participou, desde segunda-feira passada até domingo, em Washington, nas reuniões de Primeira do Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional (FMI). Em entrevista à Rádio Nacional e ao Jornal de Angola, Vera Daves de Sousa fez um balanço positivo das reuniões – oitenta, no total –, sendo que, numa delas, desafiou a Cooperação Financeira Internacional (IFC) a ser mais agressiva e ousada na sua actuação no mercado angolano. O vice-presidente da IFC respondeu prontamente ao desafio, dizendo que até está a contar ter um representante somente focado em Angola e não mais a partilhar atenção com outros países vizinhos na condução local do escritório do IFC. Siga a entrevista.
Kaissara é um poço de revelações quase inesgotável, como a seguir verão ao longo desta conversa, em que aponta os caminhos para um futuro mais consequente da modalidade; avalia o presente das políticas adoptadas sobre a massificação e formação. Mostra-se convicto de que o país pode, sim, continuar a ser a maior potência africana do Hóquei em Patins
O Clube de Empresários de Angola nos Emirados Árabes Unidos (CERA) foi proclamado no Dubai, a 17 de Novembro deste ano, com o objetivo de ajudar a impulsionar os negócios entre angolanos e emiratis. O acto constitutivo da agremiação foi selado entre o empresário angolano Henrique António e o cônsul-geral de Angola no Dubai e Emirados do Norte, Bento André "Morgado”.
Quais são os objectivos do Clube de Empresários Angolanos nos Emirados Árabes Unidos (EAU)?
Este
clube foi criado no dia 17 de Novembro de 2023, ainda é um bebé. A iniciativa
da criação de um Clube de Empresários deve-se a quatro princípios fundamentais:
o primeiro é concertar programas e planos de desenvolvimento com os órgãos da
Administração do Estado e outras instituições e organismos bi e multilaterais.
O segundo está relacionado com a promoção de acções que visam atrair parceiros,
investidores, investimentos público-privados e privados, enquanto que o
terceiro diz respeito à colaboração e o estabelecimento de uma relação jurídica
que permita a facilitação de vistos de entrada nos países, de acordo com a
legislação em vigor.
Qual é o quarto princípio?
Sabe-se
que uma das principais características que identifica os Emirados Árabes Unidos
são os negócios. É, de facto, um país de negócios. Com uma população local
nacional de apenas 10 por cento, sendo os restantes 90 por cento estrangeiros,
que vieram para investir e trabalhar. Estes e outros pressupostos são motivos
plausíveis para o nascimento de um Clube de Empresários da República de Angola
nos EAU.
Quantos empresários angolanos estão inscritos no clube?
Nesta
altura estamos a fazer a recepção dos processos. É um clube novo, mas pensamos
evoluir muito nos próximos tempos, devido à oferta de negócios que há nos EAU.
Qual vai ser o papel do clube na dinamização das relações entre Angola e os EAU?
O
clube tem sede no Dubai. Um dos principais papéis do clube é a colaboração e
promoção das relações económicas, financeiras, comerciais, industriais, bem
como o intercâmbio tecnológico entre os dois países. Pode, também, servir de
ponte para investidores dos Emirados em Angola e empreendedores angolanos que
desejam criar negócios nos Emirados Árabes Unidos. Isso vai dinamizar
consideravelmente as relações entre os dois países.
Que tipo de empresários tencionam congregar e com que vantagens para Angola?
O
clube é abrangente para congregar empresários e investidores de várias partes
do mundo, que podem aderir a um registo, inicialmente manifestando a sua
intenção para o e-mail: info@cerabusinessclub.ae que lhes dará a possibilidade
de se tornar membro associado e consequentemente usufruir de todos os
benefícios disponíveis.
Quais seriam esses benefícios?
Demonstrar e despertar cada vez mais o interesse de empreendedores e investidores para investirem em Angola, fazendo-lhes compreender que o nosso país, além de ser fértil, também tem abertura para tal.
Outro
beneficio é a promoção do empreendedorismo angolano. Os EAU são um país também
muito fértil para expandir negócios. Acreditamos que existem empresários
angolanos com boas capacidades e pretensão para empreender aqui e muitas vezes
não conseguem concretizar as iniciativas, por falta de uma ponte credível que
lhes conceda o devido apoio para expandir o seu negócio nos EAU. Uma outra
vantagem é a formação de gestores e empresários angolanos nas mais diversas
áreas do conhecimento.
O que procuram os empresários angolanos e em que áreas actuam?
Esta
é uma questão muito particular, porque cada empresário tem os seus objectivos e
áreas de actuação. Eu actuo nas áreas de Automóveis, Imóveis, Turismo e
Tecnologia. A minha visão, quando empreendo num determinado local, procuro
primeiro analisar como funciona o contexto e serviços ou produtos que faltam ou
que podiam funcionar de uma forma mais inovadora. Em Angola, por exemplo, actuo
nas mesmas áreas, excepto no sector do Turismo, por enquanto.
Nos EAU actua também no sector do Turismo e em Angola ainda não porquê?
Entrei
para a área do Turismo apenas nos Emirados, porque entendi que estou num dos
destinos mais visitados do mundo. Defendo que o empresário não pode fazer
somente o que gosta, mas sim, o que dá certo!
O que Angola e os seus empresários baseados no país podem esperar deste clube?
Usando
uma linguagem mais técnica, "Negócios são fortalecidos por Network e Network
são feitos por círculos”. Do meu ponto de vista, o que falta em alguns dos
nossos empresários angolanos é não estarem inseridos nos círculos certos.
Portanto, o clube é a incubadora ideal para quem deseja fortalecer o seu
negócio e alcançar um outro nível.
O clube vai facilitar o contacto com os clientes?
Qualquer
empresário que se tornar membro associado do clube, automaticamente ganha potenciais
clientes, porque empresários também são clientes quando adquirem um serviço ou
produto. A intenção é, também, impulsionarmos os negócios uns dos outros dentro
do próprio clube. Os empresários baseados em Angola podem esperar do CERA
(Clube dos Empresários da República de Angola) um cículo apropriado para
negócios e criação de grandes networking.
Que estratégia há para levar os empresários angolanos baseados nos EAU a investir em Angola?
Alguns
dos empresários angolanos baseados nos EAU simultaneamente, também investem em
Angola, como é o meu caso, por exemplo. Porém, para os empresários angolanos e
até mesmo estrangeiros que investem nos EAU e ainda não investem em Angola, uma
das estratégias é incentivar as iniciativas e apoiar promoções de negócios e
parcerias público-privadas e privada, o intercâmbio cultural e tecnológico.
O que fazia antes de se tornar empresário e presidente do clube?
Antes
de começar a trabalhar por conta própria, tive dois empregos. Trabalhava na
Contecna SA como inspector de pré-embarque e no Banco de Fomento Angola. Nestas
duas empresas, trabalhei no mesmo período e por dois anos apenas.
De onde nasceu a ideia de empreender fora de Angola?
Mesmo
estando a trabalhar por conta de outrem, já fazia pequenos negócios. Vendia
equipamentos tecnológicos, incluindo telemóveis, e como dava algum lucro,
decidi arriscar e saí do BFA para me dedicar aos meus negócios. E para tal,
tive um grande incentivo da minha esposa Saryana António, que foi o meu maior
suporte, porque ela me ajudou, inclusive, a elaborar a carta de demissão do
banco.
Valeu o risco?
Valeu muito ter tomado a decisão de me tornar um empresário e empreendedor, há mais de 14 anos. Durante este período, deparei-me com altos e baixos, até atingir o nível em que me encontro hoje. Graças a Deus, está a correr tudo bem. E com o apoio da minha esposa, foi muito mais fácil e ela é a minha companheira de negócios, cuidando de toda a área administrativa da empresa e vivemos todos no Dubai.
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