Cultura

Fazedores de artes cénicas clamam por apoio

A falta de espaços para os ensaios e exibição de peças teatrais são os maiores constrangimentos que os fazedores de teatro na província do Cuando Cubango enfrentam para a massificação da actividade, revelou, quarta-feira, na cidade de Menongue, o presidente da Associação Provincial de Teatro (APT), Cristofe Livamba.

28/03/2024  Última atualização 12H24
Actor Tio Herculano (à direita) tem sido um dos poucos dinamizadores do teatro na província © Fotografia por: Edições Novembro
Em declarações ao Jornal de Angola, Cristofe Livamba disse que o sector que dirige debate-se ainda com falta de apoios financeiros, incentivos e formação em artes cénicas para um melhor aproveitamento da criatividade e explorar o potencial da juventude local .

O transporte, segundo o responsável, é também um dos grandes problemas que a associação enfrenta e que condiciona a mobilidade dos técnicos para o acompanhamento das actividades em outras localidades distantes da sede da província. "Somos convidados a participar em várias actividades, mas tem sido um desafio enorme por conta da falta de meios rolantes e de uma logística”, lamentou.

A nível da província do Cuando Cubango, explicou, a APT controla um total de 13 grupos de teatro, dos quais, 11 estão sediados em Menongue, um no Cuchi e outro no município do Cuito Cuanavale.

Cristofe Livamba fez saber que existem outros grupos em Mavinga e Calai, mas que não estão registados. Sublinhou que a intenção, enquanto membros da APT, é de aproximar os grupos considerados amadores aos profissionais, de maneiras que também consigam evoluir.

O responsável reiterou que na província existem apenas espaços improvisados para o exercício da actividade. O anfiteatro da Escola 4 de Fevereiro e a sala de reuniões da Administração Municipal de Menongue têm sido o local de exposições.

Segundo Cristofe Livamba, as artes cénicas são um processo que tem como base o ensinamento, estudo e aperfeiçoamento. "As artes desempenham um papel fundamental na consciencialização das populações sobre os principais problemas sociais”.

Cristofe Livamba afirmou que o teatro requer investimentos e sem os mesmos, as actividades são condicionadas. "Não se consegue trabalhar na mesma proporção que os outros grupos a nível do país, sobretudo os de Luanda.” Por este facto, solicitou apoios.

Apoio ao teatro  deve ser prioridade

Por sua vez, João Mangani Daniel, mais conhecido como "Tio Herculano”, disse que o Governo tem de colocar na agenda de prioridade o teatro, uma vez que além de ser uma arte, tem o pendor educativo, proporciona paz de espírito, amor ao próximo e valorização dos bens públicos.

"Não existe na província condições para o crescimento do teatro, embora exista uma grande vontade por parte dos actores e dos grupos”, lamentou.

O actor acrescentou que os grupos criam, interpretam e apresentam peças teatrais de qualidade. "Muitos festivais nacionais os grupos do Cuando Cubango são classificados em posições de destaque” , reconheceu.

Segundo o Tio Herculano, enquanto se aguardam respostas para construção de uma sala para exibição de peças de teatro, os anfiteatros das escolas serão sempre usados como alternativas, de modos a "não matar o espírito de quem faz teatro.”

O acto que começou a fazer teatro em 2011, na Organização de Pioneiros Angolanos (OPA), em 2014 entrou como encenador no grupo teatral Tunahete "Chegamos” composto por seis elementos, com obras de sucesso,  como o Chiquito e a Sogra, Debate na Paragem, Azar no Facebook e as Ngonguenhas do tio Herculano, já venceu vários prémios em festivais nacional.  

Comentários

Seja o primeiro a comentar esta notícia!

Comente

Faça login para introduzir o seu comentário.

Login

Cultura