O Festival Internacional de Jazz, agendado para decorrer de 30 deste mês a 1 de Maio, na Baía de Luanda, tem já confirmada a participação de 40 músicos, entre nacionais e estrangeiros, e o regresso da exposição de artes visuais com obras de 23 artistas plásticos, anunciou, sexta-feira, em conferência de imprensa, no Centro de Imprensa da Presidência da República, CIPRA, o porta-voz da Bienal de Luanda, Neto Júnior.
O artista plástico, João Cassanda, com a obra “Mumuíla Feliz”, e o escultor Virgílio Pinheiro, com a escultura “Piéta Angolana”, são os vencedores da 17.ª edição do Grande Prémio ENSA-Arte 2024, tendo arrebatado uma estatueta e um cheque no valor de seis milhões de kwanzas.
Os grupos carnavalescos União Mundo da Ilha, que na presente edição vai homenagear a cidade de Luanda pelo 448º aniversário, e o União Kiela, que tem se preparado de forma afincada para vencer, pretendem levar uma mensagem de esperança, com objectivo de preservar as raízes da maior manifestação cultural angolana.
Com vista a não perder a originalidade do Carnaval luandense, os dois grupos carnavalescos levarão para a pista da Nova Marginal temas em kimbundo, de modo a tornar a festa mais atractiva, sobretudo para os turistas estrangeiros.
Em declarações, ao Jornal de Angola, Tonicha Miranda, compositora e interprete do União Mundo da Ilha, lamentou o fraco patrocínio das empresas sediadas no distrito urbano da Ingombota, apesar de ser o único grupo da circunscrição. "A falta de apoio poderá dificultar a participação do União Mundo da Ilha nesta edição do Carnaval”, disse.
"Há quem pode ajudar, mas não o faz, têm direccionadas verbas para outras coisas. Penso que é por questões de amizade e interesse, não pela dimensão do grupo, porque todos os anos passamos por isso”, lamentou.
Para contornar a situação, a vocalista principal do Mundo da Ilha acrescentou que têm feito uma ginástica enorme para apresentar o melhor, porém, reforçou que quando o apoio é pouco não se consegue fazer o máximo.
Para a presente edição do Carnaval, a cantora disse que o grupo pretende conservar o legado, levando três mil pessoas a pista da Nova Marginal, com o objectivo de conquistar o título, em posse do União Recreativo Kilamba.
Apesar da falta de patrocínio, Tonicha Miranda acrescentou que este ano a logística não pode faltar, para atender algumas questões como indumentária e alimentação. "Faremos uma contribuição, o povo gosta de dançar, não deveria faltar condições financeiras, porque com uma boa logística conseguimos manter o material e atender outras situações”, disse a cantora. Quanto às indumentárias, Tonicha Miranda adiantou que irão apostar em cores vivas, para levar a alegria à Nova Marginal. "Imaginemos que tenhamos só três mil t-shirt, muitos ficarão desmotivados, hoje as pessoas não estão como antigamente, todos querem, todos se sentirão valorizados por ter uma t-shirt do União Mundo da Ilha”.
Para manter a identidade do grupo, disse, não pretendem fugir daquilo que lhes caracteriza, que é a identidade do grupo, reforçando que o União Mundo da Ilha não foge daquilo que é a sua identidade. "Acrescentamos uma coisa ou outra, porque a vida é dinâmica, mas tentamos sempre manter a originalidade em relação a identidade do grupo”.
António Custódio, presidente do União Mundo da Ilha, reforçou que para esta edição não faltará a ginga e a união do grupo, que por mais que se tenha tudo, a vontade deve ser um dos ingredientes principais.
Por causa do fraco apoio, o presidente do Mundo da Ilha adiantou que este ano a classe infantil não participará no desfile, devido às inúmeras dificuldades financeiras que têm de enfrentar actualmente.
Por sua vez, Maravilha Dias dos Santos, comandante do União Kiela, que se recusou a falar sobre o tema e a música que irão apresentar este ano, mencionou que pretendem levar uma mensagem sobre a essência do Carnaval, mostrando as verdadeiras raízes africanas.
Para levar o grande prémio, o grupo tem se preparado sem um número definido. A também compositora do Kiela revelou que, actualmente, tem recebido muitas solicitações de pessoas interessadas em pertencer ao grupo.
A responsável pelou á população a ir mais cedo à Marginal, de modo a não perder nenhum momento da grande festa cultural.
Historial dos grupos
Desde a sua fundação, que o grupo União Mundo da Ilha mantém a mesma designação. Um dos fundadores foi António Miranda (falecido), pai da actual vocalista principal, Tonicha Miranda. A agremiação tem ainda uma categoria especial, a de conselheiras, atribuída às mais velhas, dentre as quais Maria da Conceição João, Madalena Lourenço "Nga Muturi”, Beatriz Domingos António "tia Loló” e Esperança Miguel Pascoal.
O grupo surgiu, na década de 1960, quando a juventude se deslocava até à Samba, para assistir a várias manifestações culturais. Com o passar dos anos, estes jovens juntaram-se e formaram grupos de bailarinos.
O projecto, como grupo carnavalesco, ganhou corpo em 1968 e embora haja algumas divergências entre as "conselheiras”, quanto ao dia e mês da fundação, há unanimidade em relação ao ano (1968), como explicou a anciã Nga Muturi.
Os registos indicam que o grupo é fruto de uma fusão dos Evita da Ilha e Invejados. Actualmente, é um dos mais premiados do Carnaval de Luanda, com 14 títulos, o último obtido em 2020.
União
Kiela
O União Kiela do Sambizanga começou a dançar o Carnaval antes mesmo que pudesse desfilar na Marginal de Luanda à disputa com outros grupos. Isabel Ventura é uma das fundadoras do grupo que, em 1947, começou como um simples conjunto de amigos, com disposição para festejar o Carnaval, mas depois ganhou fôlego.
O Kiela não é apenas um grupo de Carnaval. Ao longo da sua história, ele sempre se afirmou como um movimento de classe. Da classe de pescadores e vendedoras de peixe em Luanda, especificamente do mercado do São Paulo, no Sambizanga, que tem o semba como a dança privilegiada do grupo.
Quanto à classificação da última edição do Entrudo, o grupo União Kiela conquistou o terceiro lugar, com 720 pontos. Pelo seu desempenho recebeu a quantia de três milhões de kwanzas.
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