Opinião

O lixo e os fiscais

Luciano Rocha

Jornalista

A falta de higiene pública em Luanda é uma constante por culpa de muitos dos que a habitam, mas, acima de tudo, pela inoperante fiscalização e deficiente recolha dos lixos domésticos, num desafio à Covid-19 e outras doenças.

01/02/2021  Última atualização 08H19
Não fossem aquelas falhas e a província era, apesar de todas as dificuldades de vária ordem, menos má para viver, trabalhar, até visitar - quando a pandemia deixar -, em vez de afugentar. A falta de recursos financeiros não é a única justificação para a nojice pública luandense, da qual fazem parte os contentores, muitas vezes mais  sebentos do que o que têm dentro.

A pandemia que continuamos obrigados a viver pôs a nu a falta - em quantidade e qualidade - de infra-estruturas e pessoal qualificado em diversos sectores da saúde, mas, também, a apetência para a preguiça. Numa altura, em que se fazem apelos ao trabalho, pois sem ele não há desenvolvimento económico, é grave verificar haver quem, com salário garantido, passe os dias sem fazer nada, quando há tanta gente desocupada sem querer.

A lavagem diária dos contentores, mais sabendo do que o que comportam, fica mais barata do que o que se perde com a água a correr pelo espaço público. Para evitar  a ocorrência deste desperdício basta que quem tem responsabilidades para tal queira; os lixos com várias proveniências que atafulham passeios e bermas apenas existem porque os fiscais consentem.
A limpeza de meia dúzia de artérias, deixando as outras  cada vez mais sujas é fazer o mesmo que atirar o lixo da sala para debaixo dos tapetes, quando  se recebem visitas em casa. A higiene pública, entre outras coisas, exige fiscalização.

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