A ministra das Finanças chefiou uma delegação angolana que participou, desde segunda-feira passada até domingo, em Washington, nas reuniões de Primeira do Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional (FMI). Em entrevista à Rádio Nacional e ao Jornal de Angola, Vera Daves de Sousa fez um balanço positivo das reuniões – oitenta, no total –, sendo que, numa delas, desafiou a Cooperação Financeira Internacional (IFC) a ser mais agressiva e ousada na sua actuação no mercado angolano. O vice-presidente da IFC respondeu prontamente ao desafio, dizendo que até está a contar ter um representante somente focado em Angola e não mais a partilhar atenção com outros países vizinhos na condução local do escritório do IFC. Siga a entrevista.
Kaissara é um poço de revelações quase inesgotável, como a seguir verão ao longo desta conversa, em que aponta os caminhos para um futuro mais consequente da modalidade; avalia o presente das políticas adoptadas sobre a massificação e formação. Mostra-se convicto de que o país pode, sim, continuar a ser a maior potência africana do Hóquei em Patins
O turismo interno em Angola vai dando sinais positivos em termos de movimentação dos residentes no país, assim como do turismo receptor. O potencial turístico do país encontra-se em todas as províncias, compondo uma oferta diversificada.
É elegível pensar que há monopólio no funcionamento do turismo a nível global se olharmos para certas rotas e inclusive destino de certos cruzeiros?
Não
existe um monopólio no turismo, mas o sector é dominado por algumas empresas e
destinos muito populares. Grandes agências, companhias aéreas, redes hoteleiras
e empresas de tecnologia desempenham papéis significativos na indústria do
turismo. Além disso, alguns destinos turísticos mundialmente famosos recebem a
maioria dos visitantes. No entanto, o sector também é diversificado, com muitas
empresas menores e destinos menos conhecidos competindo por sua parcela de
turistas. Portanto não é um monopólio, mas sim um mercado com uma concentração
significativa de poder em algumas áreas.
Olhando para a realidade angolana, que turismo temos?
A
partir de 2021, Angola entrou em processo de recuperação após os desafios
causados pela pandemia de Covid-19, à semelhança de todos outros países do
mundo. Angola possui um grande potencial turístico devido à sua beleza natural,
diversidade cultural e história rica. O sector do turismo angolano tem
trabalhado na promoção do turismo, na transformação dos recursos turísticos em
produtos turísticos, na isenção e facilitação do processo de obtenção de vistos,
e noutras acções que visem a dinamização da actividade turística no país.
Em que condições existe o turismo interno?
Existe no país uma oferta turística bastante
diversificada, com hotéis, aparthotéis, pousadas, aldeamentos turísticos,
pensões, hospedarias, etc. Precisamos de alargar esta oferta incluindo as
Habitações Locais e os Parques de Campismo, de modo a permitir a massificação
da actividade turística no âmbito da estratégia do turismo inclusivo. De uma
maneira geral, o turismo interno em Angola vai dando sinais positivos em termos
de movimentação, quer dos residentes no país, assim como do turismo receptor.
Temos a destacar a realização de vários eventos que propiciam grande
movimentação interprovincial, como exemplo, a realização muito recentemente da
Feira dos Municípios e Cidades de Angola, na província da Huíla. Ao nível do
turismo receptor, o país recebeu nos últimos dois anos, sete navios cruzeiros.
Igualmente, também nos últimos dois anos o país recebeu três comboios
turísticos, que entraram pela fronteira do Lua na província do Moxico e
percorreram todo o corredor do Lobito.
A Organização Mundial do Turismo (OMT) defende a necessidade de mais investimentos direcionados para as pessoas, planeta, com soluções que incidem na sustentabilidade. O que tem a dizer?
É
importante realçar que as práticas sustentáveis são recomendadas para todos os
sectores da Economia. No caso do sector do Turismo, os investimentos
sustentáveis são importantes porque promovem práticas que minimizem o impacto
negativo no meio ambiente, ajudando a protegê-lo. Por outro lado, o turismo
pode ser uma fonte de renda e emprego para as comunidades locais, incentivando
o desenvolvimento económico em áreas menos desenvolvidas, sem perder de vista a
preservação da cultura, património cultural, promoção do respeito pelas
tradições locais e o envolvimento das comunidades. Em suma, focar na
sustentabilidade permite que o turismo seja uma indústria viável a longo prazo,
evitando a exploração excessiva de recursos e a degradação ambiental.
Fala-se, hoje, muito em torno de uma nova estratégia de investimento em turismo. De que se trata exactamente e porquê?
A
estratégia no turismo é traçada em função da realidade de cada destino. De um
modo geral, existe uma visão em direcionar a estratégia de investimentos em
experiências sustentáveis e autênticas que atraiam viajantes conscientes e
interessados na cultura local. Isso pode incluir o desenvolvimento de
acomodações e actividades ecologicamente correctas, parcerias com as
comunidades locais e promoção dos destinos menos conhecidos. Além disso, a
tecnologia pode desempenhar um papel importante na melhoria da experiência do
viajante, oferecendo aplicativos e serviços personalizados. É crucial
considerar as tendências actuais e as demandas dos viajantes para moldar essa
estratégia.
O fim da pandemia da Covid-19 ou, pelo menos, o seu controlo tem ajudado o sector do Turismo a recuperar?
O
turismo pós Covid-19 está passando por várias transformações e tem sido um
desafio global. Os sinais de recuperação são positivos e destacamos aqui alguns
considerados relevantes como a retoma das viagens que vem impulsionando a
recuperação económica, criando emprego e estímulo ao crescimento, a aceleração
da adoção de tecnologias inovadoras no sector, como check-ins sem contacto,
pagamento digital e realidade virtual, melhorando a experiência do turista,
crescente conscientização sobre a importância da sustentabilidade no turismo.
Podemos destacar, também, alguns destinos turísticos antes superlotados agora
podem oferecer uma experiência mais tranquila e autêntica devido às restrições
de capacidade e a maior valorização das experiencias locais e autenticas,
apoiando as economias locais, por parte dos viajantes.
Há consciência entre os angolanos sobre o papel do Turismo e como pode desempenhar o papel de indústria da paz e da reconciliação?
A
consciência sobre a importância do turismo pode variar entre os angolanos. Uma
minoria reconhece o potencial do turismo como fonte de receita e emprego para o
país. O sector do Turismo tem feito esforços para promover o turismo como
indústria importante, especialmente devido ao seu vasto património natural e
cultural. No entanto, a conscientização pode variar de pessoa para pessoa,
dependendo de factores como educação, acesso à informação e experiências
pessoais. Reconhecemos que a promoção do turismo e a conscientização sobre os
seus benefícios são desafios contínuos e é por esta razão que foi gizado
recentemente o projecto "Juntos & Todos pelo Turismo” que tem como um dos
seus eixos de actuação a conscientização da sociedade (da base ao topo) sobre a
importância deste sector, e também o projecto "Educar para o Turismo” com a
mesma vocação.
Os conhecedores do assunto divergem quanto ao tipo de turismo que temos, com alguns a defenderem que é inexistente, outros a alegarem que é residual. Que opinião têm sobre o assunto?
O
Turismo é o "petróleo verde” que Angola deverá definir como aposta estratégica
para a diversificação da economia nacional, pois, este é um país brindado pela
natureza. Com 1.246.700 quilómetros quadrados de área e uma costa atlântica de
1650 quilómetros, este gigante africano repleto de riquezas naturais e de uma
beleza ímpar reúne características únicas para o turismo e a capacidade de
deslumbrar viajantes com os mais diversos tipos de interesses. O potencial
turístico do país encontra-se em todas as províncias, compondo uma oferta
diversificada em três produtos estratégicos que carecem de qualificação. Falo
da "Cultura” entre festivais de música/culturais, festividades regionais,
eventos e locais religiosos, competições desportivas, gastronomia e rota dos
escravos. Ainda o "Sol & Mar” (praias, actividades náuticas, surf/windsurf,
observação de cetáceos e a "Natureza” que representa passeios na natureza,
safaris, observação da vida animal, descida de rios, entre outras.
Devemos contentar-nos com o nível de turismo interno que temos ou não?
O
nível de turismo interno que temos está assente em vários factores, como a
qualidade das infra-estruturas, promoção turística, atractivos naturais e
culturais. Desejamos aumentar o turismo interno e para tal, precisamos de
investir na melhoria desses factores e promover o potencial turístico para
atrair mais visitantes nacionais e internacionais. As metas traçadas para o
sector apontam para este sentido.
Falemos de infra-estruturas, qual é a estratégia de curto prazo para preparação dos factores mencionados.
Foi
aprovado, na passada semana, o Plano de Desenvolvimento Nacional 2023/ 2027, no
qual constam as acções e metas definidas para o sector do Turismo.
Quando olhamos para as nossas cidades, quem lá chega, pela primeira vez, não se consegue guiar turisticamente, escasseiam agências de viagens, itinerários devidamente definidos, "Flayers” com locais turísticos…
Realmente,
esta é uma preocupação do sector, e que faz parte do conjunto de projectos
existentes. Estamos a falar da sinalização turística, que é um sistema de
placas, sinais e informações, projectadas para orientar os turistas e
visitantes em uma determinada área ou destino. A este conjunto de informações,
juntam-se os Postos de Informação Turística que concentram um conjunto de
informações diversas. Precisamos também de impulsionar o surgimento de mais
agências e guias turísticos especializados, visando fornecer informações mais
direcionadas aos diversos tipos visitantes.
Temos uma longa fronteira de quase mil e quinhentos quilómetros e muito mal explorada, turisticamente falando!
Para
o turismo, as fronteiras são portas de entrada para o interior do país, embora
faça parte das projeções do sector trabalhar com as instituições afins na
melhoria do atendimento aos visitantes. Mas o foco fundamental cinge-se na
criação de condições dentro do país de modo a proporcionar uma estada marcante
que propicie o desejo de regressar para uma outra experiência.
Os rios, com percurso navegáveis, são muito mal aproveitados. O que falta para um melhor aproveitamento?
Uma
das actividades que contempla o produto de natureza são as descidas dos rios,
ou seja, a navegabilidade dos rios. Mas importa realçar que certas actividades
vão sendo realizadas em função da criação de condições em cada segmento
turístico. E este trabalho faz parte do conjunto de acções projectadas para
curto, médio e longo prazos.
As agências de viagem de turismo, como estão hoje, depois dos efeitos da Covid-19, que trabalho deviam fazer?
Com
o surgimento da Covid-19, o sector do turismo foi um dos mais afectados. Mais
de 95 por cento das agências de viagens tiveram as suas portas encerradas. No
período pós-Covid-19, algumas vão dando sinal de ressurgimento de forma muito
tímida, pois reconhecemos que estas precisam de apoio do Estado em termos de
incentivos, conforme acontece em outras realidades.
Os guias turísticos, quem são e que papel exercem?
Existem
duas associações de guias turísticos no país que vêm realizando as suas
actividades de forma expressiva. Esta é uma actividade liberal mas que deve
merecer a nossa atenção, sobretudo na qualificação técnico-profissional, pois é
necessário padronizar as informações dadas aos visitantes e também aprimorar as
técnicas de bem receber.
A que se deve a ausência da gastronomia angolana nos pacotes turísticos?
A gastronomia desempenha um papel fundamental no turismo, pois é um elemento-chave na experiência do viajante. Precisamos de organizar e promover este segmento, e transformá-lo em produto turístico de excelência, capaz de motivar viagens dentro do país e também atrair turistas internacionais.
Seja o primeiro a comentar esta notícia!
Faça login para introduzir o seu comentário.
LoginEm entrevista exclusiva ao Jornal de Angola, a ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, fez a radiografia do sector, dando ênfase aos avanços registados em 22 anos de paz. Neste período, houve aumento do número de camas hospitalares, de 13 mil para 41.807, e da rede de serviços de saúde, que tem, actualmente, 3.342 unidades sanitárias, das quais, 19 hospitais centrais e 34 de especialidade. Sobre a realização de transplantes de células, tecidos e órgãos humanos, a ministra disse que, com a inauguração de novas infra-estruturas sanitárias e a formação de equipas multidisciplinares, o país está mais próximo de começar a realizar esses procedimentos
Assume-se como uma jornalista comprometida com o rigor que a profissão exige. Hariana Verás, angolana residente nos Estados Unidos da América há mais de 20 anos, afirma, em exclusivo ao Jornal de Angola, que os homens devem apoiar as mulheres e reconhecer que juntos são mais fortes e capazes de construir uma sociedade equitativa e próspera. A jornalista fala da paixão pela profissão e da sua inspiração para promover as boas causas do Estado angolano, em particular, e de África, em geral.
Por ocasião do Dia Nacional da Juventude, que se assinala hoje, o Jornal de Angola entrevistou o presidente do Conselho Nacional da Juventude (CNJ), Isaías Kalunga, que aconselha os jovens a apostarem no empreendedorismo, como resposta ao desemprego, que continua a ser uma das maiores preocupações da juventude angolana.
No discurso directo é fácil de ser compreendida. Sem rodeios, chama as coisas pelos nomes e cheia de lições para partilhar com as diferentes áreas e classes profissionais. Filomena Oliveira fala na entrevista que concedeu ao Jornal de Angola em Malanje sobre a Feira Agro-industrial, mas muito mais da necessidade de os organismos compreenderem que só interdependentes se chegará muito mais rápido aos objectivos.
Pelo menos 21 pessoas morreram na sequência de um naufrágio que ocorreu no Rio Lufira, na zona sudeste da República Democrática do Congo (RDC), tendo 11 dos passageiros conseguido salvar-se, noticia hoje a agência espanhola EFE.
O Festival Internacional de Jazz, agendado para decorrer de 30 deste mês a 1 de Maio, na Baía de Luanda, tem já confirmada a participação de 40 músicos, entre nacionais e estrangeiros, e o regresso da exposição de artes visuais com obras de 23 artistas plásticos, anunciou, sexta-feira, em conferência de imprensa, no Centro de Imprensa da Presidência da República, CIPRA, o porta-voz da Bienal de Luanda, Neto Júnior.
A judoca angolana Maria Niangi, da categoria dos -70 kg, consegui o passe de acesso aos Jogos Olímpicos de Verão, Paris'2024, ao conquistar, sexta-feira, a medalha de ouro no Campeonato Africano de Judo que decorre na Argélia.
A representante do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) em Angola, Denise António, destacou, sexta-feira, em Luanda, a importância do Governo angolano criar um ambiente propício para a atracção de mais investidores no domínio das energias renováveis.
O artista plástico, João Cassanda, com a obra “Mumuíla Feliz”, e o escultor Virgílio Pinheiro, com a escultura “Piéta Angolana”, são os vencedores da 17.ª edição do Grande Prémio ENSA-Arte 2024, tendo arrebatado uma estatueta e um cheque no valor de seis milhões de kwanzas.
Nascido Francis Nwia-Kofi Ngonloma, no dia 21 de Setembro de 1909 ou 1912, como atestam alguns documentos, o pan-africanista, primeiro Primeiro-Ministro e, igualmente, primeiro Presidente do Ghana, mudou a sua identidade para Nkwame Nkrumah, em 1945, com alguma controvérsia envolvendo o ano de nascimento e o nome adoptado.