A África do Sul prepara-se para novo escrutínio, com o Congresso Nacional Africano (ANC) em rota descendente depois de, nos primeiros anos, parecer querer construir o país sonhado por Mandela, informou, ontem, agência Lusa.
O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, pediu ao homólogo britânico o reforço da partilha de "comunicação estratégica" bilateral para "promover a segurança e manter a paz" mundiais, noticiou, ontem, a televisão estatal chinesa CGTN.
"Perante os actuais desafios globais, como a emergência de uma mentalidade de Guerra Fria, o proteccionismo desenfreado e a lenta recuperação económica, a China e o Reino Unido devem reforçar a comunicação estratégica e desempenhar o devido papel na promoção da segurança e na manutenção da paz", disse Wang Yi, de acordo com a CGTN.
Sobre as relações bilaterais, Wang defendeu que Pequim e Londres devem "trabalhar em conjunto para alargar a convergência de interesses, reforçar os intercâmbios e a cooperação e gerir adequadamente as diferenças e os conflitos".
Para o responsável chinês, os dois países devem ir ao encontro "dos interesses fundamentais e a longo prazo" bilaterais, bem como "das expectativas da comunidade internacional", tanto mais que ambos estão entre os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU.
No encontro, o chefe da diplomacia britânica, David Cameron, disse estar disposto a encarar as relações com a China "de uma perspectiva estratégica", a desenvolver laços bilaterais "mais construtivos" e a gerir as diferenças e resolver os desacordos "de uma forma mutuamente respeitosa".
A televisão estatal chinesa referiu ainda que Cameron manifestou vontade de reforçar o diálogo com Pequim sobre questões como as Energias Renováveis, a Economia, o Comércio e a Educação, e apelou aos dois países para "protegerem a paz e a segurança".
Na sexta-feira, antes da abertura da Conferência de Segurança de Munique, na Alemanha, Cameron disse que existem "muitas coisas" que o Reino Unido e o Ocidente podem fazer com a China, como trabalhar para combater as alterações climáticas.
"O que eu diria é que é importante estabelecer contactos com a China. Há muitas coisas em que discordamos, não há dúvida de que a China se tornou mais assertiva do que quando eu era Primeiro-Ministro. Isso não significa que não devamos tentar envolver-nos", disse Cameron que manteve uma aproximação a Pequim no mandato como chefe do Governo (2010-2016).
O actual chefe da diplomacia britânica acrescentou que o Reino Unido e os países ocidentais precisam de ter "conversas francas" com a China, quando esta representa um "grande desafio estratégico".
O encontro entre Wang e Cameron ocorreu, depois de a embaixada chinesa em Londres ter protestado contra uma declaração do chanceler britânico na Câmara dos Lordes, na qual incluiu o estreito de Taiwan e o mar Vermelho nas zonas onde defenderia a liberdade de navegação em encontros com as autoridades chinesas.
"É completamente errado que o Reino Unido compare o mar Vermelho com o estreito de Taiwan. Opomo-nos firmemente a isso", afirmou a representação diplomática, que reiterou a posição oficial de que "Taiwan é uma parte inalienável do território chinês" e "a China tem soberania, direitos legítimos e jurisdição sobre o estreito de Taiwan".
Apoio de Pequim a Moscovo
O chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, transmitiu ontem ao homólogo chinês, Wang Yi, à margem da Conferência de Segurança de Munique, preocupação com o apoio de Pequim à Rússia e o desenvolvimento de uma arma antissatélite por Moscovo.
"As duas partes tiveram uma discussão franca e construtiva sobre uma série de questões bilaterais, regionais e globais" como parte dos seus esforços para "manter linhas de comunicação abertas e gerir a sua concorrência de forma responsável", destacou o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, em comunicado.
Blinken insistiu particularmente na importância de "manter a paz no estreito de Taiwan e no Mar da China Meridional", destacou. Lembrou a preocupação de Washington "com o apoio da China à Rússia na sua guerra na Ucrânia, incluindo o apoio à indústria de defesa russa", de acordo com a diplomacia norte-americana.
Washington também expressou receios relacionados com o desenvolvimento de uma capacidade antissatélite pela Rússia, noticiou a agência France-Presse (AFP), que cita um responsável norte-americana.
A Casa Branca adiantou na quinta-feira que a Rússia está a desenvolver "uma capacidade antissatélite", embora se recusasse a dizer se tinha ou não uma dimensão nuclear.
A administração liderada pelo democrata Joe Bide sublinhou ao mesmo tempo que esta não representava "uma ameaça imediata".
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