A África do Sul prepara-se para novo escrutínio, com o Congresso Nacional Africano (ANC) em rota descendente depois de, nos primeiros anos, parecer querer construir o país sonhado por Mandela, informou, ontem, agência Lusa.
O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, venceu, este domingo, as eleições presidenciais com 87,8% dos votos.
As primeiras projecções foram divulgadas pelo Centro Russo de Pesquisa de Opinião Pública (VCIOM), de acordo com a agência Reuters.
A margem de vitória do Presidente russo foi a mais elevada de sempre, superando os 76,7% dos votos conseguidos nas eleições de 2018, em que a participação dos eleitores chegou aos 67,5%.
Desta forma, Putin conquistou nestas eleições o seu quinto mandato como Chefe de Estado da Rússia, que deverá manter até ao ano de 2030. Nessa altura, Putin completará 77 anos, e terá a possibilidade de um mandato adicional até 2036, devido a uma alteração constitucional feita em 2020.
De recordar que Putin está no poder há 25 anos, desde 1999.
Nestas eleições, Vladimir Putin foi a votos contra Nikolai Kharitonov, Leonid Slutski e Vladislav Davankov.
O sufrágio ficou marcado por vários protestos de russos que quiseram demonstrar o seu descontentamento com a governação de Putin. A viúva de Alexei Navalny, o opositor russo que morreu há cerca de um mês, apelou aos eleitores para que, em forma de protesto, se juntassem nos locais de voto às 12h00.
Yulia Navalnaya esteve presente em Berlim, na Alemanha, onde se juntou aos eleitores que lá votaram. Os pequenos protestos passaram-se um pouco por todo o mundo.
Além disto, vários desacatos foram registados em alguns locais da Rússia ao longo dos últimos dias, com as autoridades a fazerem detenções. Entre os registos, houve urnas que incendiaram e protestos em que se usou tinta verde - para representar um químico com que Navalny já tinha sido atacado.
No sábado, as autoridades da Rússia informaram que a sua infra-estrutura eleitoral tinha sido alvo de cerca de 90 mil ataques informáticos só na sexta-feira, o primeiro dia da votação para as presidenciais.
A reeleição de Putin já era esperada, com as sondagens a apontarem que 80% dos eleitores pretendiam a continuação do presidente russo no poder. Os dados hoje divulgados incluem a votação eletrónica remota e a votação presencial.
Detenção de manifestantes
Pelo menos 74 pessoas foram detidas ontem em 17 cidades na Rússia, no terceiro e último dia da votação das eleições presidenciais, de acordo com várias organizações não-governamentais (ONG).
As detenções foram realizadas em 17 cidades em todo o país, incluindo Moscovo, segundo dados citados pela agência de notícias espanhola EFE, que apontam para 19 detenções na capital, Moscovo, a que se somam 29 pessoas em Kazan, a capital do Tartaristão, entre outras. O número deve crescer ao longo do dia.
Na capital, um casal foi detido por usar uma tarja com citações de George Orwell, autor do livro '1984', e noutros locais foram também feitas várias detenções no âmbito do protesto 'Meio-dia contra Putin', que levou os opositores a esperarem pelas 12:00 locais para se dirigirem às mesas de voto, num protesto que decorreu também noutras cidades estrangeiras, incluindo Lisboa.
Os organizadores da campanha - apoiada pela viúva do opositor russo Alexei Navalny (que morreu na prisão em fevereiro), Yulia Navalny, e pelo bilionário Mikail Jodokovski - também apresentaram outras opções de protesto, como inutilizar o boletim de voto ou escrever vários nomes, incluindo o de Navalny.
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