Em entrevista ao Jornal de Angola, a Subcomissária Teresa Márcia, 2ª Comandante Provincial de Luanda do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros (SPCB), que atende a área Operativa, falou sobre a operacionalidade e a actuação deste órgão do Ministério do Interior responsável pela salvaguarda da vida dos cidadãos e seus bens patrimoniais.E como não podia deixar de ser, falou do seu sonho antigo e concretizado de ser bombeira e dos desafios que as mulheres enfrentam nessa nobre profissão
A ministra das Finanças chefiou uma delegação angolana que participou, desde segunda-feira passada até domingo, em Washington, nas reuniões de Primeira do Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional (FMI). Em entrevista à Rádio Nacional e ao Jornal de Angola, Vera Daves de Sousa fez um balanço positivo das reuniões – oitenta, no total –, sendo que, numa delas, desafiou a Cooperação Financeira Internacional (IFC) a ser mais agressiva e ousada na sua actuação no mercado angolano. O vice-presidente da IFC respondeu prontamente ao desafio, dizendo que até está a contar ter um representante somente focado em Angola e não mais a partilhar atenção com outros países vizinhos na condução local do escritório do IFC. Siga a entrevista.
de peixes ornamentais 32 PERFIL Domingo 3 de Setembro de 2023 Desde pequeno que Adilson Francisco Ferreira, mais conhecido por Kilunge, estudante do 3º ano do curso de Arquitectura e Urbanismo,tem um grande apreço pela criação de peixes ornamentais. O que a princípio era apenas uma paixão por coleccionar “peixinhos”, ele passou a ver como oportunidade de negócio, e agora aposta na piscicultura, mais concretamente, na criação de tilápia e bagre mesmo no quintal de sua casa
"Nesses locais havia o risco de apanhar alguma doença, para além do perigo de andar pelos arredores do bairro Sozinho, sendo criança, o que deixava a minha mãe preocupada”, conta Adilson.
Mas nem os ralhetes fizeram Adilson desistir, pois com o passar do tempo além de coleccionar, fazia trocas com outros coleccionadores e aumentou a variedade e quantidade de espécies.
"Com a grande reprodução das espécies nos aquários, o espaço já era exíguo e tive de construir um pequeno tanque para a desova e, posteriormente, adaptar o espaço. Fiz um lago com madeira e lona, tudo pregado e com trancas metálicas”.
A falta de água
A escassez de água no bairro Golf II, onde Adilson reside, dificulta a troca regular da água para a manutenção do aquário. Por isso, Adilson usa um método para filtragem com a utilização de uma bomba que puxa a água que passa pelas esponjas e uma espécie de tecidos próprios, onde ficam todas as impurezas. Comprar a água, que constitui o habitat natural dos peixes, para além da alimentação própria, tornou-se muito oneroso, o que o fez desistir e optar por esse método criativo de purificar o meio natural dos peixes.
Depois de um tempo, por volta de 2016, começou a olhar o hobby como um meio de negócio, isso após ver que numa veterinária, onde ia comprar ração para os peixes, estes eram vendidos a um preço exorbitante. "Se eu também tenho peixes, posso vendê-los e ganhar dinheiro”, pensou então Adilson, quando começou já a ter mais consciência do negócio.
Sempre que tivesse uma reprodução, que podia chegar a 3000 espécimes, o jovem decidia comercializar, mas, no princípio, a preços módicos, entre 200 e 500 kwanzas. Os seus clientes eram os miúdos como ele e outras pessoas do bairro.
A par das vendas, o estudante procurava obter mais conhecimento sobre a actividade e o tratamento das várias espécies de peixes.
Visão de negócio
Adilson Francisco, ou simplesmente Kilunge, passou então a dedicar-se à aquarifilia -, é assim que se chama a arte de criar peixes de aquário -, a tempo inteiro.
Por volta de 2019 começou a implementar o seu hobby, verdadeiramente, como um negócio. Como resultado, passou a ganhar dinheiro com a venda dos peixes ornamentais.
É no quintal de casa que Adilson montou toda uma estrutura para acomodar os peixes. A mãe, no princípio, incomodava-se por ele "invadir” o espaço que pertencia a toda a família, mas logo cedeu, porque viu que era algo sério, uma vez que, com a venda dos peixinhos, o filho já podia custear os próprios estudos e, até, algumas necessidades da família. Adilson não se acomodou. Não parou. Deu os primeiros passos para a criação da sua própria empresa, denominada KLS Aquarista.
"Com o tempo, observava que algumas pessoas que criavam peixes ornamentais chegavam a apresentar um certo poder financeiro. Decidi aprender cada vez mais”.
Segundo Adilson, os peixes, hoje em dia, são os animais de estimação, ou pets, mais caros do mundo.
"Parece brincadeira, mas é a verdade, principalmente as carpas, que são de origem japonesa, dos lagos. Têm coloração infinita e crescem até um metro de cumprimento. Mas é muito trabalhoso cuidar de um peixe até este tamanho, pois são muitos anos de vida, podem levar 7 a 8 anos a chegar lá. Podem até passar por gerações. E vende-se a um bom preço”.
A criação de peixes, como de qualquer outro animal, requer muitos cuidados. "A princípio, parece tudo aparentemente fácil: simplesmente colocar o peixe num recipiente com água. Mas não. Os peixes também estão sujeitos a apanhar doenças, que podem ser prevenidas ou tratadas”, explica.
"Mas agora, com a modernização, há vários produtos que servem para tratar a água onde os peixes vivem e fazem todas as suas necessidades vitais e, por isso, é contaminada por bactérias”, argumenta.
Actividade exaustiva
Além de exaustivo, criar peixes requer também muita paciência, que, de qualquer maneira, no dizer de Adilson, molda o modo de ser de uma pessoa, tornando-a melhor, mais sensível e carismática. "É muita felicidade”, salienta.
No ano passado, Adilson viveu uma situação desagradável, que o deixou muito triste. Numa reprodução de cerca de 3000 peixes da espécie "noivas de quatro caudas”, todos ficaram contaminados com uma peste e não conseguiu salvá-los a tempo.
"Quando a peste vem de fora é muito complicado tratar. O ideal é separar os peixes em locais diferentes. Não se criam todos juntos. Mas como tinha noivas em grande quantidade, criou um procedimento de bactérias e alastrou-se. Houve uma perda muito grande que me abalou.”
Adilson teve de ficar umas horas fora de casa para não ver os peixes morrerem a todo instante. Apesar de serem animais de aquário, existe uma conexão entre o criador e o próprio peixe, principalmente as carpas.
"Quando atingem um tamanho de pelo menos 50 centímetros elas tornam-se mais amigáveis, o que acontece de uma forma natural. Aproximam-se e podes alimentá-las com a mão. Já não fogem”.
Cuidados a ter
Para a sobrevivência dos peixes , ensina Adilson Francsico, é preciso o tratamento do seu habitat com produtos próprios, como os antibacterianos, para evitar determinadas doenças. "Existem produtos que acrescentam as bactérias necessárias, pois existem as prejudiciais que precisam de ser naturalmente eliminadas. Na hora de trocar a água tem de se evitar introduzir grande quantidade de cloro. Acrescentar a quantidade certa de sal mata algumas bactérias nocivas. Caso contrário, sobrevivem e acabam por matar os peixes”.
Na impossibilidade de filtrar a água, quando esta fica esverdeada, Adilson aconselha a colocar um quilo de sal para cada mil litros de água. "A água fica cristalina e ajuda no combate às bactérias”.
Segundo Adilson Francisco, os peixes "noivas” e "cabeças de leão” são espécies muito sensíveis. "Muitos criadores têm dificuldade em combater as bactérias e reclamam das constantes perdas dos peixes.”
Por outro lado, disse que a tendência de misturar vários tipos de peixes num só aquário, torna o ambiente inadequado e hostil. "Tem de se fazer antes um estudo das espécies que se adaptam, pois nem todos os peixes são amigáveis e há os peixes que comem outros peixes, os chamados ciclídeos.”
O
contacto diário com os peixes, assim como a troca de experiências com
outros criadores, ajudou Adilson a ganhar habilidades no cuidado destes
exuberantes animais de estimação. O estudante de Engenharia e Urbanismo viu na
Internet uma ferramenta importante para expandir o seu negócio e oferecer os
seus produtos ao mercado. "Agora, todo o mundo está conectado, faço a
divulgação da página e faço as vendas online e as entregas ao domicílio. Mas os
clientes preferem, muitas vezes, vir até ao local e fazer a sua escolha.”
Os mais vendidos
As noivas são mais comercializadas em relação aos outros peixes, como as carpas, guppys, molinésias, zebras, viúvas, cabeças de leão, entre outros.
O peixe é vendido de acordo com o tamanho. A qualidade, ou seja, se tem ou não mistura, influencia no preço, independentemente do tamanho. As carpas, não importa a qualidade, se forem grandes, tornam-se bonitas e robustas, por isso são mais caras. E se forem de padrão acentuado são ainda mais caras.
As espécies pequenas podem custar a partir de 1000 kwanzas. As noivas e as carpas os preços variam de 2000 a 6000 kwanzas. Por exemplo, uma noiva telescópica de 5 centímetros custa esse último preço.
"Uma noiva pode pôr mais de 1000 ovos e a carpa mais de 5000. Se tiverem uma desova de qualidade, ao multiplicarmos esses números podem dar um bom ganho”, explica o jovem criador.
Para a criação e comércio de peixes ornamentais o cuidado com a alimentação é primordial, à base de ração, de acordo com os resultados das espécies que se espera. A ração dos peixes possui componentes como proteínas para engordar, para o crescimento ou mesmo para a coloração.
"Criar peixes traz uma sensação de paz, conforto, alivia o stress. Estudos comprovam que ter um aquário em casa e observar os peixes, além de ser uma distracção, faz bem à mente. E quem cuida da mente tem uma saúde boa”.
Mais do que um negócio, a criação de peixes é para Adilson um estilo de vida. Mudou a sua forma de ser. Sendo uma actividade tranquilizante, conforme afirma, considera-se "uma pessoa tranquila”. Adilson sublinha que a criação de peixes ocupa a maior parte do seu tempo, "já que os peixes carecem de muito controlo.”
Fabrico de aquários
Adilson Francisco pretende conseguir recursos para a abertura de uma loja para venda de peixinhos, assim como dos aquários que ele próprio fabrica para melhor servir os clientes.
"Como projectista que sou, decidi começar a desenhar aquários. Aprendi a fabricá-los com recurso à Internet e muita investigação. Agora faço aquários sob medida, com rigor e excelência”, enfatiza, orgulhoso.
O preço dos aquários varia de acordo com a dimensão por litros. Pode oscilar entre 100.000 e 250.000 kwanzas, sendo os aquatanques os mais caros, dado que são feitos de alvenaria e vidro. E podem ser edificados em qualquer lugar, como nas salas, cozinhas ou até mesmo nos quartos.
"Há aquários que são vendidos já com os peixes, prontos a usar. Estes podem chegar a um milhão de kwanzas.”
Os aquários podem também incluir acessórios como um móvel, sistema de filtragem e iluminação. Os materiais usados no fabrico podem ser facilmente adquiridos nos mercados e lojas: vidro, silicone, madeira natural e madeira de placa OSB. Segundo Adilson, o fabrico de aquários é trabalhoso, por isso conta com o apoio de dois jovens que ele próprio formou.
Investir na piscicultura
Além dos peixes ornamentais, Adilson Francisco pretende investir forte na piscicultura e aposta agora na criação de tilápias e bagres, que serão vendidos por quilo depois de um período de cinco a sete meses. Apesar de não possuir ainda o tão esperado e sonhado espaço, Kilunge vai avançar com a ideia e pô-la em prática mesmo no quintal de sua casa: "a ideia é remover as pipas de peixes ornamentais e no mesmo espaço construir um tanque em bloco, com cerca de um metro de altura e 1,50 metros de cumprimentos.
PERFIL
Adilson Francisco Ferreira "Kilunge”
Data de nascimento: 31/12/1999 - Idade: 23 anos
Formação - No ensino médio fez o curso de Desenhador/Projectista no Instituto Médio Politécnico Alda Lara (IMPAL). Está habilitado e acostumado a projectar desde habitações a mobiliário. Actualmente é estudante do 3º ano do curso de Arquitectura e Urbanismo na Universidade Metodista de Angola
Maior sonho - Vender um peixe da espécie carpa em leilão a 1 milhão de dólares
Hobby - Ler, ouvir música, desenhar roupas
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