A ministra das Finanças chefiou uma delegação angolana que participou, desde segunda-feira passada até domingo, em Washington, nas reuniões de Primeira do Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional (FMI). Em entrevista à Rádio Nacional e ao Jornal de Angola, Vera Daves de Sousa fez um balanço positivo das reuniões – oitenta, no total –, sendo que, numa delas, desafiou a Cooperação Financeira Internacional (IFC) a ser mais agressiva e ousada na sua actuação no mercado angolano. O vice-presidente da IFC respondeu prontamente ao desafio, dizendo que até está a contar ter um representante somente focado em Angola e não mais a partilhar atenção com outros países vizinhos na condução local do escritório do IFC. Siga a entrevista.
Kaissara é um poço de revelações quase inesgotável, como a seguir verão ao longo desta conversa, em que aponta os caminhos para um futuro mais consequente da modalidade; avalia o presente das políticas adoptadas sobre a massificação e formação. Mostra-se convicto de que o país pode, sim, continuar a ser a maior potência africana do Hóquei em Patins
Karélia Costa, coordenadora da Unidade da Camada de Ozono, em declarações ao Jornal de Angola, em alusão ao Dia Mundial da Preservação da Camada de Ozono, que hoje se assinala, assegurou que, apesar do país estar a dar passos significativos no cumprimento dos protocolos ratificados, ainda são registadas algumas fragilidades no controlo da entrada de substâncias que empobrecem a camada de ozono.
Angola
já vem desenvolvendo acções desde a sua adesão à Convenção de Viena e ao
Protocolo de Montreal. Fizemos uma inventariação a nível nacional das
substâncias que destroem a camada de ozono e percebeu-se que a maior parte
estava enquadrada na economia informal. Felizmente, Angola, dificilmente,
produz essas substâncias, a maior parte é inserida em território nacional por
importação. Havia a necessidade de ver como é que era feito o uso, venda,
comércio e transporte dessas substâncias. Para o efeito, numa primeira fase,
reduziu-se os clorofluorcarbonetos (CFCs) que, de certa forma, são os que têm
impacto menos nocivo, enquanto os halons (produtos químicos para extinção de
fogo) e o brometo de metilo (gás incolor, com suave aroma não inflamável) são
substâncias que ainda estão enquadradas nas actividades económicas do
dia-a-dia. Fizemos um levantamento em componentes como a refrigeração,
ar-condicionado, extintor de incêndios e agricultura, onde percebeu-se que a
industrialização ia aumentando. De salientar que, em 2010, Angola eliminou,
totalmente, os CFCs, brometo de metilo e os alons, proibindo a sua entrada no
país.
Angola faz parte de um conjunto de países nas regiões menos desenvolvidas do mundo que menos poluem, mas que mais sofrem com os efeitos. Até que ponto estamos preparados para lidar com esta tendência?
Podemos
dizer que estamos bem por um simples facto, não somos produtores de substâncias
que destroem a camada de ozono, somos apenas importadores e isto já nos
facilita, devemos agora primar pelo controlo e entrada dessas substâncias.
Temos algumas fragilidades do ponto de vista das nossas fronteiras terrestres,
mas temos contado com o apoio da Polícia Nacional, que, cada vez mais, tem-se
habilitado nesse sentido. Por outro lado, tem-se visto uma mudança da economia
informal para a formal, permitindo que muitas substâncias não estejam expostas
no mercado. Cada vez mais, o cidadão angolano ganha consciência dos perigos à
volta do uso inadequado de equipamentos que ameaçam a sua vida. Temos visto, a
nível internacional, muitos produtos obsoletos e outros que deixaram de
circular por causa das proibições. O país recebe, apenas, matérias actualizadas
a nível mundial.
Diz-se que a protecção da camada de ozono passa também pelos cidadãos, que devem garantir que não estão a utilizar de forma irresponsável produtos ou equipamentos como frigoríficos ou balcões frigoríficos e extintores de incêndios. Para quando em Angola a aprovação de legislação para acautelar esses factores?
Pretendemos
iniciar um levantamento, em parceria com o Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (PNUD) para saber como estamos a nível de medidas. É necessário
actualizar e legislar melhor a entrada, uso e circulação das substâncias. Após
esse trabalho o país estará em condições de saber a quantidade de
hidrofluorcarbonetos em circulação no território nacional e aprovar uma
legislação, tendo em conta a Emenda de Kigali, aprovada em 2020. Infelizmente,
durante o período da pandemia da Covid-19, muitos dos levantamentos que deviam
ter sido feito ficaram condicionados.
Voltando à pergunta anterior, o que falta para o lançamento de uma campanha de educação e sensibilização visando um melhor conhecimento da sociedade sobre o que está em causa?
Temos feito campanhas e aberto laboratórios nalgumas províncias para rever a questão da refrigeração, quer dos aparelhos de ar-condicionado, das geleiras e os produtos que englobam os clorofluorcarbonetos, no sentido de cumprirmos com as metas do Protocolo de Montreal. Além disso, temos um programa de implementação que também é uma obrigação do Protocolo por nós ractificado. Antes do período da pandemia, realizamos algumas acções que depois de um tempo tiveram uma certa paragem, devido a questões internas. Queremos empreender uma nova dinâmica. Vamos, também, através da Unidade Nacional de Ozono, alinhar acções de educação e sensibilização ambiental para que o cidadão esteja mais habilitado a identificar o tipo de substância que deve ser colocada na sua viatura, residência ou empresa.
Vamos, no próximo mês, realizar um seminário
de reforço da capacidade de vários actores, entre eles o pessoal das
alfândegas, Polícia Nacional, academia, importadores e empresários na área de
refrigeração, para dotá-los de conhecimentos em matéria de identificação e
monitorização das substâncias. Vamos, também, lançar uma campanha de
sensibilização massiva para que a população conheça, cada vez mais, essas
substâncias e como controlá-las. A nível das escolas temos disseminado informações, por meio de
cartilhas e folhetos, sobre a preservação da camada de ozono.
As queimadas, que de alguma maneira contribuem para a emissão de gases nocivos para a atmosfera, são uma realidade secular nas nossas comunidades. Em tempos, publicaram-se imagens de satélite onde, alegadamente, Angola aparecia como um dos países mais afectados. Como estamos hoje?
Existem
vários tipos de queimadas, as que facilitam certas espécies num contexto
agrícola a crescerem com mais vigor e as tidas como hábitos e costumes da
população do interior. A nossa preocupação é o descontrolo das queimadas que
nem sempre são feitas de forma certa, o que faz com que prejudiquem florestas,
zonas e savanas com espécies específicas. Quando queimamos em excesso estamos a
contribuir, também, para a infertilização dos solos, acabamos por colocar os
nutrientes à superfície e, naturalmente, quando surgem as chuvas acabam
limpando a camada e o húmus (matéria orgânica depositada no solo), que é
essencial para uma boa colheita. As
queimadas, também, estão associadas aos fenómenos da caça furtiva e ao
desmatamento descontrolado, que prejudicam a biodiversidade.
Uso de tecnologia como a geoespacial e
satélite
É
impossível a implementação de políticas e medidas que proporcionem um ambiente
de zero queimadas em todo o país?
Angola
está enquadrada nos esforços que o mundo tem desenvolvido que fazem com que a
camada de ozono esteja a recuperar. Vamos, daqui em diante, monitorar, do ponto
de vista mais directo, fazendo uso de tecnologia como a geoespacial e satélite,
para que possamos chegar onde ainda não chegamos. Queremos sensibilizar mais,
particularmente, naquelas províncias com índice elevado de ocorrências de
queimadas. Temos programas locais específicos sobre educação ambiental para
desincentivar as queimadas. É verdade que ainda não estamos satisfeitos, temos
um elevado número de população rural, muitas vezes em áreas de difícil acesso,
sendo difícil fazer chegar a informação e sensibilizar para que se evitem as
queimadas.
Que medidas existem para impedir ou controlar a entrada em Angola de aerossóis, artigos de refrigeração ou espumas, que tenham CFCs (substâncias químicas sintéticas)?
Temos
feito o controlo a partir das alfândegas. Fazemos monitorização das substâncias
que são importadas, onde é avaliada se a entrada no país é permissível. Para o
efeito foram capacitados técnicos da alfândega para que possam reforçar a
identificação das substâncias e a monitorização. Fez-se, também, um trabalho a nível da
academia e Instituto Nacional de Formação Profissional (INEFOP), que têm a
responsabilidade de capacitar os técnicos de frio e refrigeração. Por outro
lado, com o intuito de dar suporte tecnológico, foram criados laboratórios de
identificação de gases, em seis províncias, e criados centros de formação e
capacitação. Pretendemos criar, em breve, centros de recuperação e reciclagem
dessas substâncias, acoplados ao INEFOP. Após isso, estaremos em condições de
quantificar e definir actividades, porque os importadores precisam ter uma
informação clara de como devem proceder diante das substâncias e equipamentos
utilizados. Temos uma base de dados a nível da alfândega, alinhada à base de
dados de licenciamento do Instituto Nacional de Gestão Ambiental.
Tem havido irregularidades por parte dos importadores?
Sim,
tem havido algumas irregularidades e quando são detectadas faz-se a apreensão
das substâncias e é aplicada uma penalização ao importador, com base nas
futuras de importação. Apelamos aos importadores que estejam cada vez mais
conscientes do seu papel. Do ponto de vista industrial, o uso não é tão elevado
como nos países desenvolvidos. Estamos bem direccionados no sector de
refrigeração e climatização.
Se tivesse que aconselhar os cidadãos e as comunidades sobre as medidas a adoptar para preservar a camada do ozono o que iria priorizar?
O que mais nos preocupa, enquanto Ministério do Ambiente, é como essas substâncias são usadas no dia-a-dia. Muitas vezes notamos que a população e instituições usam técnicos que não entendem da matéria. Apelamos à sociedade para que opte por empresas legítimas para o serviço de refrigeração, venda ou comprar de substâncias certificadas no país.
Seja o primeiro a comentar esta notícia!
Faça login para introduzir o seu comentário.
LoginEm entrevista exclusiva ao Jornal de Angola, a ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, fez a radiografia do sector, dando ênfase aos avanços registados em 22 anos de paz. Neste período, houve aumento do número de camas hospitalares, de 13 mil para 41.807, e da rede de serviços de saúde, que tem, actualmente, 3.342 unidades sanitárias, das quais, 19 hospitais centrais e 34 de especialidade. Sobre a realização de transplantes de células, tecidos e órgãos humanos, a ministra disse que, com a inauguração de novas infra-estruturas sanitárias e a formação de equipas multidisciplinares, o país está mais próximo de começar a realizar esses procedimentos
Assume-se como uma jornalista comprometida com o rigor que a profissão exige. Hariana Verás, angolana residente nos Estados Unidos da América há mais de 20 anos, afirma, em exclusivo ao Jornal de Angola, que os homens devem apoiar as mulheres e reconhecer que juntos são mais fortes e capazes de construir uma sociedade equitativa e próspera. A jornalista fala da paixão pela profissão e da sua inspiração para promover as boas causas do Estado angolano, em particular, e de África, em geral.
Por ocasião do Dia Nacional da Juventude, que se assinala hoje, o Jornal de Angola entrevistou o presidente do Conselho Nacional da Juventude (CNJ), Isaías Kalunga, que aconselha os jovens a apostarem no empreendedorismo, como resposta ao desemprego, que continua a ser uma das maiores preocupações da juventude angolana.
No discurso directo é fácil de ser compreendida. Sem rodeios, chama as coisas pelos nomes e cheia de lições para partilhar com as diferentes áreas e classes profissionais. Filomena Oliveira fala na entrevista que concedeu ao Jornal de Angola em Malanje sobre a Feira Agro-industrial, mas muito mais da necessidade de os organismos compreenderem que só interdependentes se chegará muito mais rápido aos objectivos.
O Festival Internacional de Jazz, agendado para decorrer de 30 deste mês a 1 de Maio, na Baía de Luanda, tem já confirmada a participação de 40 músicos, entre nacionais e estrangeiros, e o regresso da exposição de artes visuais com obras de 23 artistas plásticos, anunciou, sexta-feira, em conferência de imprensa, no Centro de Imprensa da Presidência da República, CIPRA, o porta-voz da Bienal de Luanda, Neto Júnior.
A judoca angolana Maria Niangi, da categoria dos -70 kg, consegui o passe de acesso aos Jogos Olímpicos de Verão, Paris'2024, ao conquistar, sexta-feira, a medalha de ouro no Campeonato Africano de Judo que decorre na Argélia.
A representante do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) em Angola, Denise António, destacou, sexta-feira, em Luanda, a importância do Governo angolano criar um ambiente propício para a atracção de mais investidores no domínio das energias renováveis.
O Governo do Bié iniciou a montagem de um sistema de protecção contra descargas atmosféricas nos nove municípios da província, pelo elevado número de pessoas que morreram nas últimas chuvas, devido a este fenómeno, garantiu, sexta-feira, o governador Pereira Alfredo.
Nascido Francis Nwia-Kofi Ngonloma, no dia 21 de Setembro de 1909 ou 1912, como atestam alguns documentos, o pan-africanista, primeiro Primeiro-Ministro e, igualmente, primeiro Presidente do Ghana, mudou a sua identidade para Nkwame Nkrumah, em 1945, com alguma controvérsia envolvendo o ano de nascimento e o nome adoptado.
Em quase toda parte da cidade de Luanda, bem como em outras cidades de Angola, é comum ver mototáxis circulando. Em busca de melhores condições de vida, Augusto Kalunga viu-se obrigado a se tornar um mototaxista, superando o preconceito de familiares e amigos para garantir o sustento da sua família e cobrir outras necessidades.