Em quase toda parte da cidade de Luanda, bem como em outras cidades de Angola, é comum ver mototáxis circulando. Em busca de melhores condições de vida, Augusto Kalunga viu-se obrigado a se tornar um mototaxista, superando o preconceito de familiares e amigos para garantir o sustento da sua família e cobrir outras necessidades.
O presidente da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST), Dom José Manuel Imbamba, reconheceu, sábado, no município de Caungula, província da Lunda-Norte, que ao longo dos 22 anos de paz e reconciliação nacional, o país conseguiu alavancar muita coisa, mediante à criação de boas infra-estruturas, tendo apontado a ausência da construção da mentalidade humana como o “elo mais fraco“ nesta importante caminhada para a construção integral da vida dos angolanos.
Assinala-se, hoje, o Dia Mundial da Rádio, instituído pela UNESCO, em 2011, para celebrar a transmissão por ondas de rádio e melhorar a cooperação internacional na área
Isaías Afonso é jornalista da Rádio Nacional de Angola ( RNA), há mais de 25 anos, ligado à área de Informação.
O profissional conta que teve uma grande influência de Gabriela Antunes para o mundo radiofónico, uma figura que muitos jornalistas consideram grande referência no jornalismo angolano. "Fomos do curso Médio de Jornalismo e mostramos alguma capacidade de que fazia referência, sublinhando as qualidades dos bons alunos, tendo sido eu um dos mais destacados do curso", disse.
Em função disso, continuou, a professora sugeriu, na altura, que fosse à Rádio Nacional para tentar fazer carreira.
"Entrei para a rádio com sucesso. Foi o meu primeiro emprego onde estou até hoje, por influência dessa professora, e fui me superando, fazendo outras formações", explicou.
O radialista avançou que, recentemente, fez a licenciatura em Ciências da Comunicação, mas continua a ser um jornalista de rádio.
"Continuo a trabalhar na rádio e creio que seja o local para o resto da minha vida continuar a fazer jornalismo, que é uma grande paixão que tenho".
Quanto à experiência de trabalhar em rádio, disse que tem muito que ver com a dedicação, considerando que o jornalismo é uma paixão de aprendizagem contínua.
"A rádio é um mundo de socialização e constante transformação, por causa do contacto com a informação e o entretenimento", salientou.
Para Isaías Afonso, um bom comunicador é aquele que naturalmente sente o feedback de quem ouve rádio e consome o seu produto, informação, criação e entretenimento.
"Este feedback faz-me crescer todos os dias, por conhecer o perfil dos meus ouvintes e o da audiência nacional. Para mim, é cada vez mais desafiante", considerou.
Este desafio, acrescentou, continua a ser cada vez mais apaixonante, por obrigar a mais responsabilidade e a superar-nos todos os dias, de forma a fazer rádio com paixão, dedicação, profissionalismo e rigor.
Em relação às vantagens de trabalhar numa rádio, o radialista considerou gratificante, por ser um meio que junta e aproxima as pessoas.
"É interessante do ponto de vista de convivência com as pessoas, com vários cenários. Nós andamos não só pelo país, mas também pelo mundo", sublinhou.
Apontou ainda como vantagem o facto de a rádio ajudar a escrutinar as decisões políticas de quem governa.
Futuro
da rádio
Com passagem pela Rádio Bengo, como director provincial, além de director de Informação da Rádio Nacional, Isaías Afonso considera que a rádio é uma das ferramentas mais importantes que existe e vai continuar a manter-se, independentemente da existência das redes sociais e de outros meios de comunicação social.
Isaías Afonso considerou a rádio um meio de socialização, que transforma as pessoas, cenários, os lugares em que vivemos, por se tratar do instrumento mais rápido de comunicação.
"A rádio pode chegar a todos os pontos, é uma ferramenta muito importante para fazer as pessoas tomarem decisões. O seu imediatismo é permanente e as novas tecnologias aceleram ainda, mais, a nossa missão de trabalhar com rigor e responsabilidade", notou.
O radialista acredita que as mudanças que estão a decorrer, devido às novas tecnologias, obrigam os jornalistas de rádio a superarem-se todos os dias e a encararem os desafios relacionados com as redes sociais.
O entrevistado é, actualmente, pivôt do Manhã Informativa e faz os principais noticiários como Jornal de sábado e o das 13 horas. Além disso, está engajado nas grandes coberturas e eventos, principalmente os internacionais como cimeiras, conferências e as deslocações do Presidente da República ao exterior.
Rádios
têm um papel fundamental
Augusto de Almeida Cuteta, professor da cadeira de Géneros Jornalísticos do Curso de Comunicação Social do IMEL (Instituto Médio de Economia de Luanda), disse que as rádios têm um papel fundamental no leque de meios de Comunicação Social, devido às suas características, que têm que ver com o imediatismo, simultaneidade e rapidez na transmissão dos factos, além da grande capacidade de alcance e facilidade para atingir vários públicos.
Actualmente, continuou, numa altura em existe uma "invasão” de outras formas de comunicar, a rádio deve continuar a ser um dos meios mais importantes de comunicação.
Conteúdos
inadequados
Porém, enquanto profissional da Comunicação Social e, particularmente, professor de Jornalismo, diz estar preocupado com certos conteúdos veiculados nas diversas estações radiofónicas, inadequados.
O professor considerou que um dos grandes motivos deste cenário tem que ver com a falta de formação desses profissionais, que vão parar nos microfones.
Muitos destes funcionários de rádio, acrescentou, têm, infelizmente, a consciência de que podem falar tudo que lhes vem à cabeça, mas não deveriam, pois a liberdade de expressão tem limites.
"Precisamos de ter muito cuidado com os conteúdos. Quando estes não agregarem valores culturais, religiosos, até mesmo políticos ou morais, o melhor é excluí-los da grelha de programação”, apelou.
Numa altura em que se celebra o Dia Mundial da Rádio, o professor pede às rádios que sejam mais inclusivas, pois o pluralismo é um caminho que se deve abrir cada vez mais a nível das nossas estações.
"Precisamos de alguma coragem para termos nas rádios abordagens diversas, com contraditório e não rádios que passam conteúdos ou informações que trazem apenas um lado da história", disse.
Augusto de Almeida Cuteta defendeu que a rádio tem um papel importante na formação da cidadania é um instrumento da democracia para a divulgação dos direitos fundamentais.
Por isso, acrescentou, os profissionais só devem estar nos estúdios quando estiverem capacitados. "Deve-se dar prioridade aos que têm uma formação em Comunicação Social e em Jornalismo para ocuparem os lugares que, nos últimos tempos, têm sido entregues às misses, aos cantores e a outros indivíduos sem qualquer preparação para estes lugares", explicou.
Actualmente, continuou, o país tem muitas universidades e faculdades que ministram o curso de Comunicação Social e Ciência da Comunicação, assim como escolas médias com jovens a serem formados em Jornalismo e outros que têm formação técnica-profissional no Centro de Formação de Jornalistas(Cefojor).
"As rádios que estão a surgir deveriam aproveitar estes jovens que têm estas formações para ocuparem estes lugares”, disse, sublinhando não ser contra aqueles sem formação em Jornalismo, que a prioridade devia ser mesmo para quem tem formação na área.
Um século de informação entretenimento e educação
O Dia Mundial da Rádio, instituído pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), este ano tem como tema "A rádio: Um século a informar, a entreter e a educar”.
O tema deste ano visa, segundo a UNESCO, "iluminar o passado notável da rádio, o seu presente relevante e a promessa de um futuro dinâmico”. A data foi escolhida como Dia Mundial da Rádio, porque marca a criação da Rádio das Nações Unidas, em 1946.
O objectivo da data é de aumentar a sensibilização do público e da media sobre a importância da rádio, incentivando as autoridades a estabelecer e fornecer acesso às informações através da rádio e melhorar a criação de redes de cooperação internacional entre os organismos de radiodifusão.
A rádio é considerada o meio de comunicação social que atinge o maior público do mundo e é, também, reconhecida como uma ferramenta de comunicação de baixo custo, sendo por isso, adequado para alcançar comunidades remotas e pessoas vulneráveis: analfabetos, deficientes, mulheres, jovens e pobres, oferecendo-lhes uma plataforma para intervir no debate público, independentemente do nível de escolaridade das pessoas.
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