Especial

Entrada para a Polícia incentivada pela irmã

Francisco Curihingana | Malanje

Jornalista

Clélia Quissanga contou com o apoio da sua irmã mais velha para a incorporação nas fileiras da Polícia Nacional. Desde a adolescência, nutria inspiração ao ver familiares ou amigos uniformizados, e a irmã, Ana Quissanga, que sempre apoiou o desejo, levou-a até à Escola Nacional da Ordem Pública, ex-Capolo-1, onde realizou o sonho de passar pelos testes psicotécnicos.

20/03/2024  Última atualização 08H15
© Fotografia por: DR

"O aprumo e actavio que apresentavam criavam um charme garboso que aos poucos me atrairam”, disse Clélia Quissanga, actual comandante municipal de Malanje da Polícia Nacional, ostentando a patente de Superintendente.

Com a formação especializada em Trânsito, como motociclista e instrutora em matéria de ordem unida e continência, além de ter participado do contingente da Stand By ao nível da SADC das Forças de Manutenção das Nações Unidas, olha para trás e valoriza o contributo do seu instrutor, na época, inspector Situatal, hoje superintendente-chefe e comandante do batalhão no centro de formação do Kikuxe, de quem adquiriu muita experiência.

A sua trajectória inclui passagens como segundo comandante da Polícia Nacional em Malanje, posteriormente transferida para o município de Calandula, onde exerceu o cargo de comandante municipal, e agora em Malanje, desempenha a mesma função. Clélia Quissanga considera um grande desafio liderar um comando, com um efectivo composto   maioritariamente por homens, sentindo-se apta e consciente dos esforços necessários devido ao carácter e natureza das missões.

O Papel de Mãe

Como muitas mulheres, a comandante Clélia Quissanga dá prioridade à família, considerada o centro de todos os membros que formam o núcleo central. "A partir dos ensinamentos dos meus pais, agindo com simplicidade e humildade, consegui transmitir aos meus três filhos, incluindo uma menina, o sentido do respeito, humildade e simplicidade, além da valorização do amor à Pátria”, disse.

O papel de mãe não a impediu de realizar as suas ambições na corporação, esforçando-se para aprender o sentido das coisas em especialidades técnicas, como no trânsito, onde foi motociclista e instrutora em matéria de continência, honras, sinais de respeito e cerimonial militar, além de ordem unida, bem como nas actuais funções de comandante de forças. Para Clélia, conciliar a gestão do lar com a carreira é um desafio contínuo.

Ela considera desafiador o papel de Mulher, Mãe, Gestora do Lar e profissional de polícia, onde inicialmente havia a necessidade de obedecer às escalas de serviço, organizar o lar e direccionar os filhos, contando sempre com o apoio crucial da família.

A comandante teve o apoio da família desde o início da carreira, destacando o papel da irmã, Ana Quissanga, como uma grande impulsionadora. "Meus parentes ficaram regozijados e alegres. Hoje, sou uma referência no seio familiar, tudo graças ao grande apoio e amor que recebo”, mencionou.

Clélia Quissanga, mesmo em momentos de relaxamento, gosta de manter a ordem em seu espaço caseiro, cozinhando pratos típicos e valorizando a culinária local.

A sua primeira missão nas vestes de polícia

Na primeira missão como polícia foi marcante, enfrentando desafios e adaptando-se à gestão rodoviária na frenética cidade de Luanda. A comandante reforça sua paixão pelas tarefas ligadas à especialidade, incluindo trânsito e instrução policial.

Questionada sobre ambições, Clélia não hesita: deseja tornar-se Secretária de Estado para os Assuntos de Segurança e Ordem Interna do Ministério do Interior, buscando constante aprimoramento para alcançar os seus objectivos.

Clélia Quissanga destaca a estruturação do núcleo familiar como um dos grandes desafios da mulher angolana, enfatizando a importância da união feminina e da consciencialização para enfrentar os desafios contemporâneos.

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