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EUA quer combater terroristas com drones

Os Estados Unidos da América voltaram a apelar, ontem, às autoridades da República Centro-Africana (RCA) para que "levantem imediatamente" as restrições impostas aos sistemas aéreos não tripulados, considerando que limitam o combate a grupos armados e a protecção dos civis.

28/02/2024  Última atualização 08H00
Apelo dirigido às autoridades da RCA © Fotografia por: DR
Numa reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU), o embaixador norte-americano, Robert Wood, avaliou que as restrições impostas pelo Governo da RCA aos vôos de drones "limitam gravemente" a capacidade da missão da ONU na República Centro-Africana (Minusca) de "manter a consciência num ambiente de segurança dinâmico, dificultando os esforços de combate aos grupos armados e de protecção de civis".

"Apelo mais uma vez às autoridades da RCA para que levantem imediatamente estas restrições”, salientou o diplomata dos Estados Unidos. Acrescentou "ser preocupante que durante o 'briefing' da Minusca, há um ano, eu tenha feito o mesmo pedido ao Governo, mas não foi atendido”. 

O diplomata norte-americano manifestou-se, ainda, "alarmado" com relatos de que o grupo paramilitar russo Wagner e as Forças Armadas Centro-Africanas (FACA) incendiaram uma aldeia inteira após uma operação em 24 de Dezembro, o que resultou na deslocação de 750 famílias, tendo ainda criticado a obstrução do trabalho da Minusca pelas FACA.

"A obstrução dos comboios da missão da ONU pelas FACA, muitas vezes quando estão em operações conjuntas com o pessoal do Wagner, é inconsistente com a obrigação da RCA relativamente ao Acordo de conferir à Minusca liberdade de movimento total e irrestrita em toda a RCA.

Além disso, os EUA indicaram estar "profundamente preocupados" com os relatos de violações e abusos dos direitos humanos, bem como com casos de violência sexual e de género relacionada com conflitos na RCA, tendo apelado ao Governo centro-africano para que responsabilize os culpados.

Na reunião, a representante especial da ONU para a RCA e chefe da Minusca, Valentine Rugwabiza, apresentou ao Conselho de Segurança os últimos desenvolvimentos no país com base no relatório mais recente do Secretário-Geral da ONU, António Guterres.

Valentine Rugwabiza aproveitou a ocasião para encorajar os Estados-membros e outros "parceiros, com conhecimentos especializados e capacidades institucionais relevantes", a apoiarem as forças nacionais de defesa e segurança da RCA, por forma a obterem progresso na construção de um Exército nacional profissional.

"A magnitude das necessidades de reforma do sector de segurança e restauração da autoridade do Estado não pode ser apoiada apenas pela Minusca. Não há alternativa à segurança duradoura da população da RCA e à preservação da soberania do seu território", observou.

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