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OTAN desenha estratégia para os novos desafios

Os ministros de Defesa da OTAN buscam uma estratégia para manter a aliança operacional, assegurando os compromissos internacionais e a defesa da Europa, com maior investimento militar dos aliados, de acordo com a agenda de trabalho da reunião de Bruxelas.

16/02/2024  Última atualização 16H05
© Fotografia por: DR

O encontro de, ontem, tinha inicialmente como principal ponto de discussão o reforço do investimento na área da Defesa, para concretizar na cimeira da Aliança de Julho (agendada para Washington) os objectivos traçados em 2023: o investimento por cada Estado-membro de pelo menos 2% do seu Produto Interno Bruto (PIB) em Defesa.

A sucessão do secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, é outro ponto em discussão. Na quarta-feira, o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) anunciou que para 2024 as previsões apontam que 18 dos 31 Estados-membros - que podem ser este ano 32 com a expectável adesão da Suécia - atingirão o objectivo delineado na cimeira de 2023 (que decorreu em Vilnius, Lituânia).

Mas, os ministros, também, estão preocupados com as recentes declarações do antigo Presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Donald Trump, que, no último sábado, disse que encorajaria a Rússia a invadir qualquer país da OTAN que "não pagasse as dívidas" à organização.

As declarações de Trump, durante um comício na Carolina do Sul, mereceram críticas de todos os lados da Aliança Atlântica, incluindo do próprio Jens Stoltenberg e internamente da embaixadora dos EUA para a OTAN, Julianne Smith.

Durante um briefing na terça-feira, e confrontada com as palavras do antigo chefe de Estado norte-americano, que quer recandidatar-se, a embaixadora disse que as declarações de Trump são "perigosas e francamente irresponsáveis”.

"Encorajar o Kremlin [Presidência russa] a atacar qualquer país da OTAN ou o território da Aliança coloca os nossos soldados - os dos Estados Unidos e os dos nossos aliados - em perigo", admitiu a diplomata norte-americana, que também anunciou que está previsto um "plano de contingência" para uma hipotética invasão pela Rússia a um Estado-membro.

Este ano regressa, também, a especulação sobre a sucessão de Jens Stoltenberg como secretário-geral da NATO. Em funções desde Outubro de 2014, o político norueguês de 64 anos já anunciou que quer sair, abrindo margem para a discussão de nomes, como o da Primeira-Ministra da Estónia, Kaja Kallas, que continua a ser um dos mais falados.

Entretanto, surgiu um novo nome, desta vez lançado pela embaixadora norte-americana para a OTAN: o Primeiro-Ministro neerlandês cessante, Mark Rutte. "Os aliados estão particularmente interessados no processo de selecção (...), não acho que seja um segredo, mas ouvimos falar de [Mark] Rutte, que expressou vontade para exercer as funções. Por isso, é uma pessoa para a qual a aliança está a olhar", admitiu Julianne Smith.

 

Rússia divide aliados 

Margus Tsahkna realçou, numa conferência de imprensa durante uma visita à capital da Polónia, que a Estónia não vê a Rússia como uma ameaça imediata para si e para os outros Estados bálticos, Lituânia e Letónia, porque Moscovo está ocupado com a sua invasão em grande escala à Ucrânia.

"Mas, temos de compreender que a máquina de guerra russa começou em plena escala, as capacidades de produção e a mentalidade também, porque Putin está a controlar tudo agora", lembrou, em declarações ao lado do seu anfitrião, o ministro dos Negócios Estrangeiros polaco, Radek Sikorski.

Tsahkna referiu que o Governo da Estónia estima que poderá levar "três a quatro anos" para a Rússia preparar um "teste para a OTAN". A Estónia, Lituânia e a Letónia são consideradas entre os alvos mais prováveis se a Rússia um dia decidir arriscar um ataque à aliança militar.

A vizinha Polónia, embora muito maior, também se sente vulnerável, sendo que todos estes quatro países são firmes apoiantes da Ucrânia. À medida que aumentam as tensões entre a Rússia e o Ocidente, foi divulgado na terça-feira que a Primeira-Ministra da Estónia, Kaja Kallas, foi colocada numa lista de procurados na Rússia, devido aos seus esforços para remover monumentos da era soviética.

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