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Rússia detém 11 pessoas envolvidas nos ataques

O Governo russo anunciou, sábado, a detenção de 11 pessoas ligadas ao atentado, de sexta-feira, a uma sala de concertos nos arredores de Moscovo, sem identificar a origem dos extremistas, afirmando que as investigações vão continuar até ao esclarecimento completo da situação.

24/03/2024  Última atualização 08H55
Atentado em Moscovo, condenado por vários países, foi reivindicado pelo Estado Islâmico © Fotografia por: DR
"O director do FSB, Bortnikov, informou Vladimir Putin sobre a detenção de 11 pessoas, todos os quatro terroristas que estiveram directamente envolvidos no ataque ", disse a assessoria de imprensa presidencial, segundo a agência estatal russa RIA Novosti, citada pela plataforma Notícias ao Minuto.

Poucos minutos antes, o parlamentar Alexander Khinshtein tinha dito, no Telegram, que dois suspeitos tinham sido detidos, após uma perseguição de carro, na região de Bryansk, enquanto outros suspeitos fugiram a pé para uma floresta nas proximidades de Moscovo.

Recorde-se que após o ataque armado, que fez pelo menos 60 mortos e mais de uma centena de feridos, seguiu-se um enorme incêndio na sala, que está localizada em Krasnogorsk.

O ataque foi reivindicado pelo Estado Islâmico (EI) já depois de a Ucrânia ter negado qualquer responsabilidade e os serviços secretos de Kiev terem acusado o Kremlin de orquestrar a acção, para culpar a Ucrânia e justificar "uma escalada" da guerra, conforme noticiou a agência France-Presse (AFP).

As forças de ordem russas afirmaram estar à procura dos agressores e as autoridades advertiram que o número de mortos "pode aumentar". O EI, que já atacou a Rússia em várias ocasiões, afirmou na plataforma de mensagens Telegram que os combatentes do grupo "atacaram uma grande concentração nos arredores da capital russa".

A organização fundamentalista afirmou que o grupo de comandos tinha depois "regressado em segurança à base". O atentado, que os meios de comunicação social russos começaram a noticiar por volta das 20h15 de Moscovo, foi levado a cabo por vários indivíduos armados.

"Pouco antes de começar, ouvimos de repente várias rajadas de metralhadora e um grito terrível de mulher. Depois, muitos gritos", disse à AFP Alexei, um produtor musical que estava no camarim no momento do ataque.

De acordo com um jornalista da agência de notícias estatal Ria Novosti, pessoas camufladas invadiram a sala de espetáculos antes de abrirem fogo e lançarem "uma granada ou uma bomba incendiária".

Os serviços de emergência afirmaram que as chamas se espalharam pelos quase 13 mil metros quadrados do edifício, antes de o fogo ser contido. O presidente da Câmara de Moscovo, Sergei Sobyanin, anunciou o cancelamento de todos os eventos públicos deste fim de semana. Os principais museus e teatros da capital também anunciaram que vão fechar as portas. Segundo a televisão russa, foram tomadas medidas de segurança reforçadas, nomeadamente nos aeroportos de Moscovo e noutras grandes cidades do país. 

 Estados Unidos atribui autoria do ataque ao EI 

Os EUA, que condenaram o ataque, acreditam que o ramo afegão do grupo que se designa por Estado Islâmico (ISIS-K) foi o autor do atentado em Moscovo, avançou, ontem, o New York Times.

O Governo norte-americano já tinha avisado, através da sua Embaixada em Moscovo, em 7 de Março, para a possibilidade de um atentado a concentrações de pessoas, incluindo concertos, recomendando aos cidadãos norte-americanos que evitassem grandes aglomerações, o que foi minimizado pelos dirigentes russos.

As Nações Unidas, União Europeia, China e vários países também condenaram o ataque que causou pelo menos 60 mortos e centenas de feridos. No entanto, Ian Bremmer, fundador do Eurasia Group, salientou, agora, na sua página no Facebook o que considerou ser a "impressionante incompetência" as autoridades russas em termos de segurança nacional.

Em apenas dois anos, argumentou, Bremmer, referindo-se ao líder russo, disse que Putin sobrestimou a capacidade das suas forças na invasão da Ucrânia, permitindo que a rebelião do então chefe do grupo Wagner e minimizou o aviso dos EUA sobre a possibilidade de um atentado em Moscovo.

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