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Empresas de tecnologias assinam compromisso contra falsidades nas eleições em 2024

O ano em curso será repleto de pleitos eleitorais para os governos de vários países. Mais de 2 biliões de eleitores irão às urnas, de acordo com o Center for American Progress

18/02/2024  Última atualização 11H34

Várias empresas designadas tecnológicas, entre as quais Microsoft, Meta, Google e Amazon, assinaram, sexta-feira, um compromisso de combate à manipulação de informação, particularmente a gerada pela Inteligência Artificial (IA), nas eleições que se realizam este ano em dezenas de países.

De acordo com a Lusa, o nome oficial do compromisso conjunto é "A indústria tecnológica contra o uso enganador da IA nas eleições de 2024”.

O compromisso "contra as interferências eleitorais” foi também assumido por Adobe, IBM, o fabricante de chips Arm, empresa de IA, como OpenAI e Anthropic, a aplicação de plataformas de conversas Snapchat, a plataforma de vídeos TikTok e a rede social X.

O compromisso consta de oito pontos – apresentado na Conferência de Segurança de Musique – inclui a deteção e eliminação de áudios, vídeos e imagens que simulem ser actores relevantes nas eleições, bem como os conteúdos com falsidades que visem influenciar os eleitores.

Durante este ano, 40 países vão realizar eleições, em que é chamada a participar metade da humanidade com direito de voto, como recordou recentemente o Secretário-Geral da ONU, António Guterres, e a quantidade de falsidades com conteúdo ou intenção política não pára de crescer: segundo a empresa Clarity, que cita o CNBC, estas falsidades estão a crescer 900% em termos anuais.

 
Especialista reitera risco para a democracia

"O actual contexto global é marcado pela desconfiança nas instituições e pela desinformação que influencia o discurso público. A chegada de novas tecnologias como a Inteligência Artificial regenerativa agrava os riscos existentes e reduz as barreiras à contribuição para o ecossistema do país”, disse, à CNN, Megan Shahi, directora do Centro para o Progresso Americano.

"Também existem as tensões internacionais com as recentes guerras e uma grande disposição dos políticos de colocar os seus cidadãos contra outras nações para obter ganhos políticos”, ponderou.

Shahi ressalta que as eleições deste ano mostrarão se os cidadãos vão continuara virando as costas às normas democráticas e procurar alternativas, "ou se vão corrigir o rumo quando virem os perigos do caminho em que estamos”.

"Há muitos riscos. O mais crítico é que estamos vivendo uma tendência global de declínio acentuado da democracia como estrutura de governo ideal nas cabeças das pessoas, juntamente com a aceitação de líderes que impõem as suas próprias agendas em vez de servirem os interesses colectivos”, explicou.


Mais de dois biliões de eleitores  vão este ano às urnas

O ano de 2024 será repleto de eleições para governo em todo o mundo. Mais de 2 biliões de eleitores irão às urnas, de acordo com a CNN que cita o Centro de Progresso Americano.

Com número recorde de pleitos, é provável que estas eleições definam o futuro do planeta e da humanidade nos próximos anos. Por outro lado, os resultados dessas votações podem ser uma demonstração do perigo crescente para a saúde da democracia.

As eleições presidenciais em Taiwan poderão abrir uma fase de novas tensões com a China. Na Índia, espera-se que o Primeiro-Ministro Narendra Modi consiga um raro terceiro mandato na maior democracia do mundo.

Na Rússia, Vladimir Putin vai tentar a reeleição para um novo mandato que vai até 2030. Do outro lado da trincheira, Volodymyr Zelensky também poderá medir a sua própria popularidade num país ameaçado pela ofensiva russa.

Já os Estados Unidos terão eleições com Donald Trump, rodeado de polêmicas, à procura de vingança, após a derrota em 2020.

O México deve eleger sua primeira Presidente mulher em Junho, depois que Claudia Sheinbaum e Xóchitl Gálvez se tornaram favoritas na disputa eleitoral.

Embora não sejam as primeiras mulheres a aspirar à Presidência no país (outras seis já disputaram o cargo), são as primeiras a alcançar consenso sobre o apoio dos principais partidos políticos do país.

Claudia Sheinbaum concorrerá pelo partido governista Movimento de Regeneração Nacional e seus partidos aliados, o Trabalhista e o Ecologista Verde do México.

Do lado da oposição, Xóchitl Gálvez será a candidata da Frente Ampla para o México, uma coligação que reúne os partidos Acção Nacional, Revolucionário Institucional e Revolução Democrática. Esta é uma eleição em aberto, na qual o tráfico de drogas, o crime organizado e a migração para os EUA dominarão a agenda política.

A Venezuela também terá eleições em 2024, embora ainda não esteja definida a data do pleito e quem serão os candidatos do partido no poder e da oposição.

Do lado do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), foi o próprio Nicolás Maduro, actual Presidente da República, quem questionou uma possível candidatura, dizendo numa entrevista que era "prematura” essa definição.

Também há incertezas do lado da oposição. Em Outubro de 2023, a Comissão Nacional das Primárias da Venezuela (CNP) proclamou María Corina Machado como a vencedora das primárias da oposição para as eleições marcadas para 2024.

No entanto, Machado se tornou inelegível por uma medida imposta pela Controladoria-Geral da Venezuela por supostamente não incluir o pagamento de benefícios alimentares em sua declaração juramentada de bens. A líder da oposição insiste que a desqualificação é ilegal.

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